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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

VIDEOS DE OTIMISMO



ACESSE O LINCK DOS VIDEOS DE INCENTIVO , MOTIVAÇÃO E OTIMISMO
SÃO LINDO E GRATIFICANTES, APROVEITEM AS BELAS MENSAGENS E REFLITA QUE DEVEMOS SIM , LUTAR SEMPRE POR NOSSOS SONHOS.














Exemplo de uma vida



Um adolescente, após ter sido castigado por seus pais


várias vezes, e chegado à conclusão de que não conseguiria se


corrigir, dirigiu-se ao diretor do colégio e humildemente perguntou:


Professor, o que devo fazer para não cometer esses


erros novamente? Tenho me esforçado, mas não estou


conseguindo!


O mestre então, sabiamente, tomou um copo,


encheu-o de água e entregou-o ao jovem, dizendo:


Filho, ande com esse copo por todo o colégio, entre em


todas as salas, suba e desça todas as escadas, entre em


todos os cantos e becos, nos jardins, no sótão e volte


aqui sem derramar uma só gota dessa água.


Impossível - disse o jovem - não vou conseguir!


Se você quiser vai conseguir sim - disse o mestre.


O jovem saiu, devagar, com os olhos fixos no copo. Subiu e


desceu escadas, entrou e saiu de salas, cantos e becos, sótão,


jardins, e voltou sem ter derramado a água.


O mestre olha-o, bate-lhe nos ombros carinhosamente e diz:


Não viu as garotas que passeavam pelo jardim no horário


de aulas? Os colegas que te convidam para um copo de


bebida, ou uma tragadinha, um cigarrinho?


Não - responde o jovem - eu estava com


os olhos fixos no copo.


O mestre sorri, e diz:


Se você fixar os olhos em Deus, como fez com o copo,


terá a força que tanto precisa para vencer as tentações e não


cometerá mais as faltas pelas quais tem sido castigado.


Olha para Deus, e deixe-o ser o rumo da sua vida!


ONDE VOCÊ COLOCA O SAL?



O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse.


Qual é o gosto? - perguntou o Mestre.


Ruim - disse o aprendiz.


O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.


Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago.


Então o velho disse:


- Beba um pouco dessa água.


Enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:


- Qual é o gosto?'


- Bom! disse o rapaz.


- Você sente o gosto do sal? perguntou o Mestre.


- Não... -disse o jovem.


O Mestre então, sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:


- A dor na vida de uma pessoa não muda.


Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos.


Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta.


É dar mais valor ao que você tem, do que ao que você perdeu.


Em outras palavras:


É deixar de ser copo para tornar-se um lago..


Somos o que fazemos, mas somos principalmente, o que fazemos para mudar o que somos..

domingo, 27 de setembro de 2009

VENCENDO A FALTA DE INFORMAÇÃO

Síndrome pós-poliomielite gera complicações neuromusculares





CLICK NA IMAGEM ABAIXO E TERA A MESMA AMPLIADA COM DETALHES







Silvia Pacheco - Especial para o Correio



Publicação: 12/09/2009 07:05 Atualização: 12/09/2009 09:48


O Brasil praticamente esqueceu a poliomielite. Erradicou a doença, transmitida pelo poliovírus, em 1989. Hoje, pouco se escuta falar da paralisia infantil, a não ser nas campanhas anuais de vacinação contra a doença. O fantasma da pólio, no entanto, ronda pessoas que contraíram o vírus no passado. É a síndrome pós-poliomielite (SPP), uma disfunção neurológica, degenerativa e incapacitante, ligada à paralisia infantil. Ela se manifesta, em média, 15 anos depois de a pessoa ter contraído pólio, chega silenciosamente e é facilmente confundida com outras doenças.

Eliana teve pólio com 1 ano e três meses: aos 42, começou a sofrer com a SPP e foi obrigada a passar a utilizar um carrinho motorizado

A síndrome pode ser descrita como uma desordem do sistema nervoso motor. Ela está relacionada à sobrecarga dos músculos e das articulações (ver arte). Os neurônios motores sofrem uma espécie de esgotamento, devido ao grande trabalho que tiveram para recuperar movimentos do corpo perdidos com a infecção pelo vírus da pólio. Os sintomas mais comuns são fraqueza e dor muscular e articular, fadiga, insônia, além de novas dificuldades em realizar atividades diárias, principalmente as relacionadas com a mobilidade.
Segundo o neurologista e diretor do setor de Investigação em Doenças Neuromusculares da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Acary Bulle, os indivíduos que tiveram pólio na infância, mesmo aqueles que não ficaram com sequelas aparentes, devem estar atentos. “Qualquer alteração nas atividades diárias que faça com que elas se tornem esgotantes, em que os músculos pareçam não aguentar o esforço feito antes, deve ser investigada”, alerta. Bulle chama a atenção também para sintomas como insônia, fadiga e quedas.
Um dos agravantes, porém, é justamente o desconhecimento dos profissionais da saúde em relação à doença. Frequentemente, seus sintomas são confundidos com estresse e depressão, o que faz com que o diagnóstico demore e a doença piore. A explicação mais plausível para esse desconhecimento é o fato de que a poliomielite, por ser uma doença erradicada no país, foi praticamente banida do currículo das escolas de medicina brasileiras. “Os médicos não estudam mais a pólio e, com isso, não há pesquisas sobre ela e sobre males relacionados”, diz Bulle.

Trinta hipóteses









Eliana de Aquino, 47 anos, esbarrou na falta de informação dos profissionais da saúde para diagnosticar a SPP. Ela teve paralisia infantil com 1 ano e três meses e ficou sem os movimentos da perna esquerda. Ainda criança, fez o programa de reabilitação para pacientes de pólio e com isso conseguiu ter uma vida normal. Em 2003, um simples ato diário mudou os rumos de sua vida. “Fui abrir uma porta e quebrei a perna sequelada em três partes. Achei aquilo muito estranho, mas segui em frente com a vida.”
Depois desse incidente, contudo, as atividades do dia a dia foram ficando mais difíceis. “Percebi que havia algo errado porque me sentia muito cansada. O simples ato de arrumar a casa estava ficando difícil”, lembra. Foi então que Eliana começou sua peregrinação em busca de uma explicação para o que estava acontecendo com seu corpo. “Os médicos achavam que era osteoporose, depressão. Fiz exames para afastar 30 doenças, até meu endocrinologista me encaminhar para o doutor Acary Bulle”, diz. O diagnóstico foi dado em 2007, quatro anos depois das fraturas.
Para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida, Eliana teve que reavaliar sua rotina, a começar por sua locomoção. A servidora do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) também precisou se aposentar. “É importante entender que a SPP é uma doença neuromuscular, portanto a ordem para os pacientes é economizar energia muscular para não cansar ainda mais os neurônios debilitados”, explica o neurologista Acary Bulle. Para tanto, Eliana adotou um carrinho motorizado a fim de se locomover.
Entre outras formas de minimizar os sintomas da SPP, estão atividades feitas dentro da água. “A orientação é de que os pacientes façam exercícios somente na água. Os indicados são hidroterapia em piscina aquecida e temperatura controlada, pois quem sofre da síndrome também tem intolerância ao frio”, afirma o neurologista.



Sintomas agravados

Foi justamente a intolerância ao frio que deu o sinal de alerta a Roberto Medeiros, 57 anos. O professor teve pólio com 5 anos e ficou com uma sequela na perna direita, mas nada que o atrapalhasse ou o deixasse dependente. Quarenta anos depois, porém, um incômodo durante o banho começou a se tornar frequente. Medeiros sempre gostou de tomar banho frio e isso começou a se tornar um problema. “Era terrível entrar na água fria, meu corpo, minhas articulações doíam muito. Ficou insuportável”, conta. Em seguida começaram as quedas. A perna do professor não suportava o peso e fazia com que ele perdesse o equilíbrio e caísse. “Meu joelho dobrava sem meu comando”, diz. Medeiros conta que os sintomas foram se agravando e outros foram aparecendo. Insônia, dificuldade de concentração, dores de cabeça pela manhã faziam parte da vida diária do professor. “Não achava uma relação entre esses sintomas. Eram fatos soltos, mas que estavam tornando minha vida um problema.”
O professor achou que pudesse ser poliomielite novamente e buscou ajuda em um hospital de Belo Horizonte. Lá, foi submetido ao tratamento de reabilitação recomendado para pacientes com pólio. Faziam parte do programa natação e exercícios em academia para fortalecer os músculos. Tudo o que Medeiros não deveria fazer. Como resultado, os sintomas se agravaram de tal forma que era insuportável fazer qualquer atividade física. “Os profissionais da saúde são completamente desinformados. Eles não faziam ideia do que estava acontecendo comigo. Minha perna direita estava paralisada e eles me mandavam fazer mais atividades.”
Foi então que o professor tomou conhecimento do estudo feito sobre a SPP na Unifesp e resolveu procurar outra forma de ajuda. Medeiros fez exames neurológicos e foi diagnosticado com a SPP. Devido a essa situação que ambos viveram, Eliana e Roberto — com o Núcleo de Doenças Neuromotoras da Unifesp — lutam para criar, em parceria com o Ministério da Saúde, cursos capacitantes para profissionais de saúde.


Doença é nova

A SPP é classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como nova. Seu Código Internacional de Doença (CID) só foi divulgado em 2008, mesmo tendo o primeiro caso diagnosticado em 1875. O reconhecimento só foi possível nos anos 1980, quando surgiram trabalhos científicos nos Estados Unidos. No Brasil, existem poucos estudos sobre o mal, mas o número de pacientes com queixas relacionadas aos sintomas da SPP vem aumentando.
Em 2002, o neurologista e diretor do setor de Investigação em Doenças Neuromusculares da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Acary Bulle, ficou intrigado com as constantes queixas de pacientes que tiveram paralisia infantil. Eles apresentavam novos problemas musculares e de cansaço. “Achava tudo aquilo estranho, pois eles haviam se reabilitado das sequelas da pólio. Algumas eram até competidores físicos e estavam perdendo os movimentos, a força.” O médico, então, pesquisou a literatura médica e encontrou relatos parecidos.
Em 2002, o ambulatório de Doenças Neuromusculares da Unifesp fez uma pesquisa com 52 sobreviventes da pólio. De 2003 a 2004, foi realizada outra, com 167 pacientes. Ambas constataram que cerca de 60% dos indivíduos tinham os sintomas da síndrome pós-pólio. “A pólio era uma coisa resolvida, por isso não havia preocupação. Depois dessas pesquisas, fomos levados a estudar profundamente a SPP”, lembra o neurologista. Hoje, apenas a Unifesp é referência, no Brasil, no atendimento aos pacientes que sofrem desse mal. “São 870 que atendemos no centro. Mas creio que mais pessoas tenham a SPP e não façam ideia disso”, diz Bulle.

O Cooperador

Imagina-te à frente de um violino. Instrumento que te espera sensibilidade e inteligência, atenção e carinho para vibrar contigo na execução da melodia.
Se o tomas de arranco, é possível te caia das mãos, desafinando-se, quando não seja perdendo alguma peça.
Se esquecido em algum recanto, é provável se transforme em ninho de insetos que lhe dilapidarão a estrutura.

Se usado, a feição de martelo, fora da função a que se destina, talvez se despedace.
Entretanto, guardado em lugar próprio e manejado na posição certa, como a te escutar o coração e o cérebro, ei-lo que te responde com a sublimidade da música.
Assim, igualmente na vida, é o companheiro de quem esperas apoio e colaboração.
Chame-se familiar ou companheiro, chefe ou subordinado, colega ou amigo, se lhe buscas o auxílio, a golpes de azedume e brutalidade, é possível te escape da área de ação, magoando-se ou perdendo o estímulo ao trabalho.
Se largado ao menosprezo, é provável se entregue a influências claramente infelizes, capazes de lhe envenenarem a alma.
Se empregado por veículo de intriga ou maledicência, fora das funções edificantes a que se dirige, talvez termine desajustado por longo tempo.
Mas, se conservado com respeito, no culto da amizade, e se mobilizado na posição certa, como a te receber as melhores vibrações do coração e do cérebro, ei-lo que te corresponde com a excelência e a oportunidade da colaboração segura, em bases de amor que é, em tudo e em todos, o supremo tesouro da vida
Pensemos nisso e concluiremos que é impossível encontrar cooperadores eficientes e dignos, sem indulgência e compreensão.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade.


10a edição. Araras, SP: IDE, 1996.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

SIMPOSIO SOBRE SPP

4/8/09

12:24Inédito

 CID 10 - G14 - Capacitação aos profissionais da saúde, preferencialmente aos servidores do SUS - Brasil consegue incluir Síndrome Pós-Polio no CID.

Nesse link todos podem verificar a grande conquista de um CID e a atitude que esta sendo tomada para a nossa qualidade de vida, somente quem vive essa situação é que pode entender o valor de nossa luta pelo direito ao tratamento com quem sabe o que esta realmente acontecendo conosco, inicia-se aqui o treinamento para os profissionais da saúde, esse é o nosso grande e primeiro passo para ser reconhecido como portador ou não da Síndrome Pós-Poliomielite.
Uma iniciativa nascida na Unifesp e encaminhada a um comitê internacional conseguiu incluir a Síndrome Pós-Poliomielite (SPP) no Catálogo Internacional de Doenças (CID). A medida beneficiará cerca de 10 mil pessoas só na cidade de São Paulo e outras dezenas de milhares no Brasil, todas com seqüelas de poliomielite e 60% já acometidas pela SPP.
A principal mudança para esses pacientes é que, presente no CID, a doença não poderá ser mais ignorada por peritos do INSS ao analisar pedidos de aposentadoria precoce feitos por essas pessoas e que quase sempre eram negados.

Antes de a SPP ser reconhecida como doença, havia o entendimento de que os danos causados pela poliomielite não evoluíam e, se o cidadão conseguiu trabalhar até aquele momento, estaria apto a esperar a aposentadoria por tempo de serviço, como outro trabalhador qualquer.
Caracterizada por uma nova perda de funções musculares que atinge pessoas que tiveram poliomielite e que chegam à casa dos 40 anos, a SPP muitas vezes assume caráter incapacitante ou obriga o indivíduo a mudar de profissão.
Além da fraqueza nos membros superiores e inferiores, o quadro inclui dificuldades de deglutição, hipersensibilidade ao frio, distúrbios do sono, fadiga e graves problemas respiratórios.


O neurologista Acary Souza Bulle Oliveira, chefe do setor de Investigação em Doenças Neuromusculares da Unifesp e pioneiro no estudo e tratamento da SPP no Brasil, explica que a síndrome acontece, basicamente, pela super-utilização de neurônios originalmente não afetados pela poliomielite, mas que são sobrecarregados ao longo dos anos, o que justifica o fato de os sintomas da SPP se manifestarem somente a partir da meia-idade.
Quando um neurônio morre, os adjacentes tentam ativar os feixes de músculos antes acionados pelo neurônio desativado. Esse mecanismo é responsável pela melhora apresentada pelos pacientes nos primeiros anos, principalmente quando recebem um tratamento adequado de reabilitação. Com o tempo, isso leva a um desgaste desses neurônios, que podem enfraquecer ou até mesmo morrer.
O tratamento para SPP inclui repouso, diminuição da atividade física, fisioterapia leve, orientação alimentar e, em muitos casos, suporte mecânico para o sistema respiratório.
A batalha para incluir a síndrome no CID começou em 2004, quando Acary e pacientes, reunidos na Associação Brasileira da Síndrome Pós-Poliomielite (Abraspp), conseguiram sensibilizar autoridades da Saúde e o representante brasileiro no comitê internacional que regulamenta o CID, professor Rui Laurenti, no sentido de encaminhar ao organismo uma proposta de inclusão da SPP.


Aposentadoria



A assistente social Élica Fernandes, que atua no setor de Doenças Neuromusculares da Unifesp, explica que o pedido de aposentadoria deve ser feito com o apoio de um laudo médico atestando quando e como a SPP se manifestou e porque deve ser considerada incapacitante.
Como em qualquer caso de aposentadoria, o total a receber será proporcional ao tempo de contribuição e levará em conta o valor médio do recolhimento nos três anos anteriores. Aqueles que comprovarem a necessidade de contar com um “cuidador” poderão solicitar um adicional de 25% sobre o valor da aposentadoria. “Quem preferir continuar trabalhando pode solicitar apenas a mudança de função e não poderá ser demitido por causa disso”.
Apesar de celebrar a entrada no CID como um grande avanço, o neurologista Acary Bulle Oliveira ainda não considera a situação como ideal e propõe que os pacientes com SPP tenham direito a regime diferenciado de aposentadoria, semelhante ao vigente para as profissões consideradas de risco. “Quinze ou vinte anos de contribuição para alguém com essas condições pode ser equivalente a mais de 35 anos de trabalho de outro indivíduo”.


Fonte: Assessoria de Comunicação da Unifesp


Publicado em: 18/12/2008

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

OTIMISMO

SEM DESANIMO

A dor te visitou, sem aviso prévio.

É compreensível que a emotividade te envolva, diante de acontecimentos que te atingirem no âmago do ser
Contudo, procura raciocinar.
Lembra-te do amparo de Deus, que já te sustentou em outras situações difíceis.
Recorda as palavras de Jesus, prometendo consolação aos que sofrem.
Lembra-te dos amigos espirituais que te guiam e vem sustentando os passos, por entre os caminhos espinhosos.
Equilibra-te na certeza de que o tempo é solucionador natural de todos os problemas que não possas resolver de imediato.
Confia em Deus e segue para frente.
Amanhã compreenderás melhor as razões das dores, que, hoje padecem incompreensíveis.


Ditado pelo Espírito Augusto.

Teu Corpo
 
Não menosprezes teu corpo, a pretexto de ascensão à virtude.
*
Recorda que a semente responsável pelo pão que te supre a mesa, em muitas ocasiões, se valeu do adubo repelente a fim de poder servir-te e que a água a derramar-se do vaso para acalmar-te a sede, quase sempre, foi filtrada no charco, para que a secura não te arruinasse a existência.
*
O corpo físico é o santuário em que te exprimes no mundo.
*
Não olvides semelhante verdade para que não respondas com o desleixo à Previdência Divina que, com ele, te investiu na posse de valiosos recursos para o teu aperfeiçoamento de espírito na vida imperecível.
*
Realmente, as almas vacilantes na fé e ainda aprisionadas às teias da ignorância arrojam-no aos desvãos da aventura e da inutilidade, mas os caracteres valorosos e acordados para o bem, dele fazem o precioso veículo para o acesso às alturas.
*
Com o corpo terrestre, Maria de Nazaré honorificou a missão da Mulher, recebendo Jesus nos braços maternais e Paulo de Tarso exalçou o Cristianismo nascente, atingindo o heroísmo e a sublimação... Com ele Francisco de Assis imortalizou a bondade humana; Iordano Bruno lobrigou a multiplicidade dos mundos habitados; Galileu observou o movimento da Terra em plena vida cósmica; Vicente de Paulo teceu o poema inesquecível da caridade e Beethoven trouxe ao ouvido humano as melodias celestiais...
Lembra-te de que teu corpo é harpa divina.
E ao invés de lhe condenares as cordas ao abandono e à destruição, tange nelas, com o próprio esforço, o hino do trabalho e da fraternidade, da compreensão e da luz, que te fará nota viva e harmoniosa na sintonia de amor universal com que a Beleza Eterna exalta incessantemente a Sabedoria Infinita de Deus.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Viajor.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
Araras, SP: IDE, 1985.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

História da poliomielite


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre





Um Egípcio  para representar uma vítima da poliomielite. Dynasty 18 (1403 - 1365 aC).Ver artigo principal: Poliomielite

O história da poliomielite (poliomielite) infecções estende em pré-história. Embora importantes da pólio epidemias eram desconhecidos antes do século 20,[1] a doença tem causado paralisia e morte de grande parte da história humana. Sobre milênios, Poliomielite sobreviveu a um silêncio endêmicas patógeno até a década de 1880, quando as grandes epidemias começaram a ocorrer em Europa;[1] logo após, as epidemias generalizadas apareceu no Estados Unidos. Em 1910, as epidemias tornaram-se freqüentes eventos regulares em todo o mundo desenvolvido, principalmente nas cidades durante os meses de verão. No seu auge na década de 1940 e 1950, a poliomielite seria paralisar ou matar mais de meio milhão de pessoas no mundo a cada ano.[2]



O medo ea resposta coletiva para essas epidemias daria origem a extraordinária reação do público e mobilização, estimulando o desenvolvimento de novos métodos para prevenir e tratar a doença, e revolucionando a medicina filantropia. Embora o desenvolvimento de dois vacinas contra a poliomielite tem poliomielite erradicada mas em todos os quatro países, o legado da poliomielite continua a ser, no desenvolvimento da moderna terapia de reabilitaçãoE no aumento da movimentos de direitos humanos da deficiência todo o mundo.

Poliomielite


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
CID--10 A80., B91.


Poliomielite, Muitas vezes chamado pólio ou paralisia infantil, É uma aguda viral doenças infecciosas transmitida de pessoa para pessoa, principalmente através da via fecal-oral.[1] O termo deriva do Grego poliós (πολιός), Que significa "paralelo", myelós (μυελός), Referindo-se ao "medula espinhal", Eo sufixo -É, O que denota inflamação.[2] Embora cerca de 90% das infecções de pólio causar nenhum sintoma, Os indivíduos afetados podem exibir uma gama de sintomas, se o vírus entra no corrente sanguínea.[3] Em cerca de 1% dos casos o vírus entra no sistema nervoso central, Preferencialmente infectar e destruir neurônios motores, Levando à fraqueza muscular e aguda paralisia flácida. Diferentes tipos de paralisia pode ocorrer, dependendo dos nervos envolvidos. Poliomielite espinal é a forma mais comum, caracterizada por paralisia assimétrica que mais frequentemente envolve as pernas. Poliomielite bulbar leva à fraqueza dos músculos inervados pelo nervos cranianos. Bulbospinal poliomielite é uma combinação de paralisia bulbar e espinhal.[4]



Poliomielite foi reconhecida como uma condição distinta por Jakob Heine em 1840.[5] Seu agente causal, poliovírus, Foi identificado em 1908 por Karl Landsteiner.[5] Embora importantes da pólio epidemias eram desconhecidos antes do final do século 19, a poliomielite foi uma das doenças infantis mais temido do século 20. Epidemia de poliomielite ter aleijado milhares de pessoas, principalmente as crianças mais jovens, a doença causou a paralisia e morte de grande parte da história humana. Pólio já existia há milhares de anos em silêncio, enquanto uma endêmicas patógeno até a década de 1880, quando as grandes epidemias começaram a ocorrer na Europa, logo após, as epidemias generalizadas apareceu nos Estados Unidos.[6] Em 1910, grande parte do mundo experimentou um aumento dramático nos casos de pólio e epidemias tornaram-se freqüentes eventos regulares, principalmente nas cidades durante os meses de verão. Essas epidemias, que deixou milhares de crianças e adultos paralisado fornecido o impulso para uma raça "grande" para o desenvolvimento de um vacina. O vacinas contra a poliomielite desenvolvido por Jonas Salk em 1952 e Albert Sabin em 1962 são creditados com a redução do número global de casos de poliomielite por ano de muitas centenas de milhares de pessoas em torno de mil.[7] Enhanced vacinação esforços liderados pelo Organização Mundial da Saúde, UNICEF e Rotary International poderia resultar na erradicação global da doença.[8]



Síndrome Pós-Pólio: uma questão de saúde pública?



Discutir a Síndrome Pós-Pólio no campo da saúde pública, visando um maior conhecimento sobre o problema. Este é o principal foco do evento científico intitulado Síndrome Pós-Pólio: uma questão de saúde pública?, que acontece nesta quinta-feira (30/03), a partir das 9h, na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz). Promovido pela ENSP, pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), pelo setor de Investigação das Doenças Neuromusculares da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pela Associação Brasileira da Síndrome Pós-Pólio (Abraspp), o evento também marca a inauguração da sede da Abraspp no Rio de Janeiro com várias palestras ministradas por representantes destas instituições.



A Associação Brasileira da Síndrome Pós-Pólio foi criada em São Paulo, em 2004, por pacientes, familiares, médicos e profissionais de saúde, como alternativa de apoio aos portadores de Síndrome Pós-Poliomielite (SPP) e para a difusão dos seus efeitos sobre os indivíduos. Atualmente é presidida por Luiz Baggio Neto, editor, ativista do movimento de pessoas com deficiência há mais de 20 anos e presidente do Conselho Municipal da Pessoa Deficiente de São Paulo. Acometido pela pólio aos dois anos de idade, Baggio afirma ser também portador da SPP.



A Síndrome Pós-Pólio é um conjunto de sintomas decorrentes dos efeitos tardios da poliomielite aguda. Trata-se de uma condição de saúde ainda pouco conhecida pela medicina e pelos próprios pacientes que, em inúmeros casos, acabam inexplicavelmente tendo suas atividades extremamente limitadas.



A poliomielite, aos olhos da medicina, era considerada uma doença neurológica não progressiva, estática. Acreditava-se que após a reabilitação e a reeducação a maioria dos sobreviventes atingiria um patamar de estabilidade funcional e neurológica que duraria indefinidamente. Contudo, no final dos anos 70, começaram a surgir relatos de pessoas que haviam se recuperado da pólio paralítica décadas atrás e que estavam desenvolvendo problemas de saúde inesperados e restritivos, como fadiga incontrolável, fraqueza muscular, dores musculares, nas articulações etc.



Atualmente, estima-se que existam cerca de 20 milhões de sobreviventes da pólio em todo o mundo. Essas pessoas, sofrendo os seus efeitos tardios, finalmente começaram a atrair a atenção da comunidade médica, e, no início dos anos 80, foi cunhado o termo “Síndrome Pós-Pólio” (SPP).

A hipótese mais aceita é a de que a SPP não é causada por uma nova atividade do pólio-vírus e sim pelo uso excessivo dos neurônios motores ao longo dos anos, uma vez que o vírus pode danificar até 95% desses neurônios, matando pelo menos 50% deles, o que vem a comprometer os estímulos do indivíduo. Os neurônios remanescentes compensam esse dano enviando "ramos", como linhas de telefone extras, para ativar músculos que ficaram órfãos quando seus neurônios foram mortos.



Esses “ramos” desenvolvidos pelos neurônios passam a falhar, vindo a morrer pelo excesso de uso, causando fraqueza muscular, fadiga, dor nas articulações, além da dificuldade de respiração e de deglutição em casos mais raros.

Hoje, acredita-se que os sobreviventes da pólio necessitam "conservar para preservar", ou seja, conservar energia, parar com o excesso de uso e com o abuso de atividades para preservar sua capacidade funcional. As estratégias para o tratamento da SPP incluem um tratamento multidisciplinar com profissionais especializados e conhecedores da síndrome, como fisioterapia (principalmente a hidroterapia); terapia ocupacional, com técnicas de conservação de energia; modificações do estilo de vida, entre outros.



Preocupados com a ocorrência da SPP no Brasil, fenômeno que pode se tornar uma questão de saúde pública em nosso país, a Abraspp vem procurando chamar a atenção de alguns setores da sociedade para o problema, visando aprimorar o desenvolvimento das pesquisas científicas, as medidas de tratamento e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Realizar o evento denominado Síndrome Pós-Pólio: uma questão de saúde pública, portanto, significa divulgar e sensibilizar a sociedade nesse sentido.



Mais informações sobre a Síndrome Pós-Pólio podem ser encontradas no site da instituição.



Texto de Edna Padrão, jornalista da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Ficoruz)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

HIDROTERAPIA




este linck possui um excelente video muito bem feito com informações valiosas sobre a SPP



TESTEMUNHO E AÇÃO NA SPP
em espanhol

http://www.youtube.com/watch?v=-bPjZU1w5Gw



UM VIDEO ESPECIAL COM AGRADECIMENTO AOS PROFISSIONAIS FISIOTERAPEUTAS


FISIOTERAPEUTAS- ANJOS DE "DEUS" COM A PERMISSÃO DE AJUDAR



Ação da Amizade


A amizade é o sentimento que imanta as almas unas às outras, gerando alegria e bem-estar.

A amizade é suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção sob os estímulos do entendimento fraternal.

Inspiradora de coragem e de abnegação. a amizade enfloresce as almas, abençoando-as com resistências para as lutas.

Há, no mundo moderno, muita falta de amizade!

O egoísmo afasta as pessoas e as isola.

A amizade as aproxima e irmana.

O medo agride as almas e infelicita.

A amizade apazigua e alegra os indivíduos.

A desconfiança desarmoniza as vidas e a amizade equilibra as mentes, dulcificando os corações.

Na área dos amores de profundidade, a presença da amizade é fundamental.

Ela nasce de uma expressão de simpatia, e firma-se com as raízes do afeto seguro, fincadas nas terras da alma.

Quando outras emoções se estiolam no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada dos homens que se estimam.

Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria.

Ela é meiga e paciente, vigilante e ativa.

Discreta, apaga-se, para que brilhe aquele a quem se afeiçoa.

Sustenta na fraqueza e liberta nos momentos de dor.

A amizade é fácil de ser vitalizada.

Cultivá-la, constitui um dever de todo aquele que pensa e aspira, porquanto, ninguém logra êxito, se avança com aridez na alam ou indiferente ao elevo da sua fluidez.

Quando os impulsos sexuais do amor, nos nubentes, passam, a amizade fica.

Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, se existe amizade, não se rompem os liames da união.

A amizade de Jesus pelos discípulos e pelas multidões dá-nos, até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura, demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina.

* * *
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Esperança.

Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.


A ABRASPP



Associação Brasileira de Síndrome Pós-Poliomielite (www.abraspp.org.br), entidade sem fins lucrativos, foi criada por pacientes,


familiares, médicos e profissionais de saúde como uma alternativa de apoio aos portadores de Síndrome Pós-Poliomielite (SPP) e para


a difusão dos seus efeitos sobre os indivíduos. Sua missão é proporcionar apoio e atenção aos sobreviventes da Pólio, gerando ou


incentivando a criação de suportes, soluções, conhecimento científico e equipamentos necessários para que os pacientes atinjam uma


melhora na qualidade de vida e a reabilitação adequada, recuperando sua capacidade de contribuir socialmente.







O QUE É A SPP





A SPP - Síndrome Pós-Póliomielite representa um conjunto de sintomas resultantes dos efeitos tardios da Poliomielite. Cerca de 70%


das pessoas que ficaram com seqüelas da paralisia infantil apresentam sintomas como fraqueza muscular, tanto em músculos afetados


previamente pela poliomielite como em partes que não foram acometidas; dor nos músculos e articulações; fadiga; intolerância ao frio;


dificuldades respiratórias e problemas para dormir. Trata-se de uma condição de saúde ainda pouco conhecida pela Medicina e pelos


próprios pacientes que, em inúmeros casos, acabam inexplicavelmente tendo suas atividades extremamente limitadas, em uma fase de


plena maturidade e com grandes responsabilidades familiares e profissionais.






OBJETIVO





Realizar evento de impacto, objetivando mobilizar os seguimentos da sociedade civil, científica, e política para discussão sobre a


Síndrome Pós-Poliomielite em nosso País.





Que tipo de fisioterapia é a mais adequada para Síndrome Pós-Poliomielite?


Resposta:

"A fisioterapia para os pacientes com SPP deverá estar enfocada nas necessidades

que o mesmo apresenta, porém ressaltando que não se deve trabalhar

com atividades que causem estresse da musculatura, por exemplo os exercícios

resistidos, pois dessa forma o aparecimento da fadiga muscular seria inevitável.



O trabalho deve estar voltado para atividades que tenham por objetivo a manutenção

da amplitude de movimento (ADM), manutenção do endurance (resistência)

muscular (Nunca realizar atividades para fortalecimento da musculatura), melhora

ou manutenção da função cardiorespiratória,

melhora nas atividades de vida diária e, conseqüentemente, melhora

da qualidade de vida.



A hidroterapia é o carro chefe para o tratamento desses pacientes, uma

vez que o meio líquido, através dos seus princípios, físicos

irá proporcionar ao paciente uma maior liberdade de movimento, sem sobrecarga

articular. Porém, devemos estar atentos à função

cardiorespiratória. Para indivíduos com capacidade vital menor

do que 50% é contra indicado realizar sessões de hidroterapia,

pois sua musculatura respiratória não conseguirá vencer

a força da pressão hidrostática sobre a caixa torácica.



Mas a hidroterapia dará ao paciente com SPP uma sensação

prazerosa de liberdade, pois no meio líquido este terá maior independência

do que no solo, proporcionando assim um bem estar psicológico enorme

e auxiliando na sua reabilitação física."



A Professora Érika Christina da Conceição é coordenadora

da área de hidroterapia na UNIB/SP, especializada em doenças neuromusculares

pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP e pós-graduanda pela USP.



O papel da Hidroterapia na prevenção e no tratamento da SPP


A Hidroterapia (ou Fisioterapia Aquática) é o tratamento fisioterapêutico realizado em piscina aquecida de 32ºC a 34ºC, individual ou em grupo, e é utilizada no tratamento de diversas doenças, entre elas, a SPP. Representa um grupo de procedimentos que demandam a ação e interação do paciente, recrutando o sistema neuromuscular de maneira a alcançar suas disfunções físicas e incapacidades.

Quando se pensa em tratamento em piscina terapêutica é fundamental que o fisioterapeuta e o paciente conheçam a fisiopatologia (causa) da doença. Assim, sabendo-se que a teoria mais aceita atualmente para o desenvolvimento da SPP é o “super uso” dos neurônios motores, a hidroterapia tem papel fundamental em evitar a sobrecarga dessas células nervosas, que se encontram mais fragilizadas e susceptíveis à degeneração quando expostas aos fatores de estresse físico e mecânico, como por exemplo, aos exercícios mais intensos. Em outras palavras, utilizar os neurônios motores na medida certa é tentar prevenir a progressão dos novos sintomas da SPP, como a fraqueza muscular, fadiga, dores articulares e musculares e deformidades ósseas.

Não há na literatura científica, ainda, pesquisas que provem a ação da hidroterapia na prevenção da SPP. Na prática, entretanto, alguns pacientes sem diagnóstico de SPP, que realizam o tratamento de hidroterapia, relatam bem estar e negam o aparecimento dos novos sintomas.

Com um programa de tratamento de intensidade leve a moderada, que vise a manutenção da força muscular global, a amplitude de movimento articular, a flexibilidade muscular e condicionamento cardiorrespiratório, o paciente acaba encontrando nessa terapia uma forma agradável de se exercitar e de manter suas funções motoras do dia-a-dia, melhorando sua qualidade de vida. Não há restrições quanto ao uso das diversas técnicas existentes (Halliwick, Bad Ragaz, Watsu, Hidrocinesioterapia, Ai Chi, Pilates, etc), desde que o paciente esteja ciente de seus limites físicos e que o fisioterapeuta use o bom senso para não ultrapassá-los.

Uma das principais questões que o fisioterapeuta deve se preocupar são os sinais do supertreinamento após a atividade aquática, que são fadiga por mais de 24 horas após o exercício, cãibra e espasmo muscular. Além disso, outro fator que pode influenciar negativamente no sucesso da terapia é a baixa temperatura da água, uma vez que aproximadamente 50% dos sobreviventes da pólio apresentam o sintoma de Intolerância ao Frio, prejudicando a contração muscular e provocando fraqueza muscular, além de dor e posturas inadequadas durante as atividades.

Como contra-indicações estão os pacientes com problemas respiratórios mais graves (capacidade vital abaixo de 50%), lesões de pele infectadas e micoses no geral. O medo da água não é uma contra-indicação, pois o fisioterapeuta tem papel de adaptar esse paciente de forma gradativa e dar suporte por meio de flutuadores e bóias.

Portanto, a hidroterapia tem se mostrado uma das formas terapêuticas de maior êxito dentro da reabilitação para esses pacientes.


Fernanda Maggi

Especializada em Doenças Neuromusculares – UNIFESP

Especializada em Hidroterapia – UNICID

Fisioterapeuta do Ambulatório de SPP do setor de Doenças Neuromusculares (UNIFESP)

fermaggi@ig.com.br



O que É a SPP:
A SPP - Síndrome Pós-Póliomielite representa um conjunto de sintomas resultantes dos efeitos tardios da Poliomielite. Cerca de 70% das pessoas que ficaram com seqüelas da paralisia infantil apresentam sintomas como fraqueza muscular, tanto em músculos afetados previamente pela poliomielite como em partes que não foram acometidas; dor nos músculos e articulações; fadiga; intolerância ao frio; dificuldades respiratórias e problemas para dormir. Trata-se de uma condição de saúde ainda pouco conhecida pela Medicina e pelos próprios pacientes que, em inúmeros casos, acabam inexplicavelmente tendo suas atividades extremamente limitadas, em uma fase de plena maturidade e com grandes responsabilidades familiares e profissionais.



Tatiana Mesquita e Silva




Possui graduação em Fisioterapia pela Universidade São Judas Tadeu (2002). Atualmente é fisioterapeuta da Universidade Federal de São Paulo, professora da Universidade Ibirapuera nas áreas de neurologia e neuro-fisioterapeuta e Pediatria / Mestre do INSTITUTO DO SONO. Tem experiência na área de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, com ênfase em Fisioterapia, atuando principalmente nos seguintes temas: Síndrome pós poliomielite, hidroterapia, esclerose lateral amiotrófica, sono e Esclerose Múltipla.


2007 - 2009 Mestrado em Neurologia / Neurociências (Conceito CAPES 6) .



Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP, Brasil.


Título: ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS DO SONO EM PACIENTES COM SÍNDROME PÓS-Poliomielite, Ano de Obtenção: 2009.


Orientador: Acary Souza Bulle Oliveira.


Palavras-chave: SINDROME PÓS Poliomielite; SONO.


Grande área: Ciências da Saúde / Área: Medicina / Subárea: Neurologia.


Grande área: Ciências da Saúde / Área: Medicina / Subárea: Neurologia / Especialidade: Sono.


2003 - 2003 HIDROTERAPIA EM Especialização em Doenças Neuromusculares . (Carga Horária: 1200h).


Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP, Brasil.


Título: PROTOCOLO DE TREINAMENTO DE TRONCO PARA PACIENTES COM SÍNDROME PÓS-Poliomielite.


Orientador: ABRAHÃO AUGUSTO QUADROS JUVINIANO.


1999 - 2002 Graduação em FISIOTERAPIA .


Universidade São Judas Tadeu, USJT, Brasil.







A Abraspp:
Associação Brasileira de Síndrome Pós-Poliomielite (www.abraspp.org.br), entidade sem fins lucrativos, foi criada por pacientes, familiares, médicos e profissionais de saúde como uma alternativa de apoio aos portadores de Síndrome Pós-Poliomielite (SPP) e para a difusão dos seus efeitos sobre os indivíduos. Sua missão é proporcionar apoio e atenção aos sobreviventes da Pólio, gerando ou incentivando a criação de suportes, soluções, conhecimento científico e equipamentos necessários para que os pacientes atinjam uma melhora na qualidade de vida e a reabilitação adequada, recuperando sua capacidade de contribuir socialmente.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009


simposio sobre SPP no idioma espanhol, muito bom video


Novo enderereço ABRASPP para Avaliação da Sídrome Pós-Poliomielite: Rua Estado de Israel,899 - Vila Clementino - Fone:11 5571 3324 - Das 9:00hs até as 12:00hs de segunda a sexta feira (Paralela com a Rua Borges Lagoa e Sena Madureira).
Mais um video sobre SPP


MODELO FOTOGRAFICO ROMPENDO BARREIRAS
VIDEO EM ALEMÃO


Departamento de Neurologia da Universidade Estadual de Nova York (SUNY) Upstate Medical University, 750 East Wacker Drive, 13210 Syracuse, NY, E.U.A.






Declaração Parecer Síndrome pós-pólio (PPS) é o termo usado para as novas manifestações finais, que ocorrem em pacientes com 30 a 40 anos após a ocorrência de poliomielite aguda. PPS tem sido reconhecida há mais de 100 anos, mas é mais comum na atualidade, devido à grande epidemia de poliomielite em 1940 e 1950. PPS manifesta-se por manifestações neurológicas, músculo-esquelético, e em geral. Manifestações neurológicas incluem nova fraqueza, atrofia muscular, disfagia, disfonia, e insuficiência respiratória. Manifestações músculo-esqueléticas incluem dores musculares, dor nas articulações, espondilose vertebral e escoliose, e de raízes secundárias e compressão do nervo periférico. Manifestações gerais incluem fadiga generalizada e intolerância ao frio. Nova fraqueza muscular de grau leve a moderado responde bem a um programa de exercícios nonfatiguing e ritmo de atividade com períodos de descanso para evitar o uso excessivo do músculo. Fadiga generalizada pode ser tratada com a conservação de energia e programas de perda de peso e órteses de membros inferiores. Agentes farmacológicos também podem ser úteis, mas não têm sido benéficas em ensaios controlados. Bulbar fraqueza muscular inclui disfagia, disfonia, perturbações do sono, e insuficiência respiratória crônica. A disfagia pode ser melhorado com instruções sobre técnicas compensatórias de deglutição. A disfonia é tratado com terapia de voz exercício e aparelhos de amplificação de voz. Distúrbios do sono são tratados de modo semelhante aos distúrbios do sono em pacientes não-PPS. A insuficiência respiratória pode ser tratada com pressão positiva contínua nas vias aéreas com dois níveis de pressão positiva e ventilação nasal ou traqueostomia e ventilação permanente, se necessário. Osteomusculares (músculo e articulação) é tratada com a perda de peso, ritmo de atividades, o uso de dispositivos de assistência e prescrição de medicamentos anti-inflamatórios e técnicas de fisioterapia. Condicionamento cardiopulmonar pode ser melhorada sem o uso excessivo do músculo com ciclo ergômetro de braço ou de exercício ou exercícios aquáticos dinâmicos.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

GOVERNO BRASILEIRO X SINDROME POS POLIO




Quanto mais o tempo passa e os sequelados são deixados de lado pelos GOVERNOS que tem a obrigação de acompanhar, dar assistencia médica digna e não deixando de lado como um simples papel velho que se joga ao lixo.
De que adianta mostrar na televisão médicos com jalecos brancos e limpos, salas limpas, adendimento de primeiro mundo, se a realidade é outra.
Você é tratado como animal e já trasemos estampado na testa: usurpador da previdencia.
Quando os deputados, senadores que me paresse que perderam a vergonha na cara, enviando projetos que so estao perdendo tempo do povo e o nosso dinheiro que eles sabem muito bem como gastar: para eles.
A SINDROME POS POLIO é desconhecida por muitos medicos do BRASIL.
Não é que faltem informações quanto o que acontece com os que tiveram poliomelite a tempos atras. São sintomas que aparecem tardiamente e esses médicos nos tratam com medicamentos e ou tratamentos que nao surtem efeito.
Na cidade de São Paulo existe uma equipe que esta tratando e auxiliando as pessoas que com esses sintomas novos estao a buscar recurso.
Anjos existem, e eles estão a atender na UNIFESP , estudando , aprimorando-se , qualificando-se e foi dessa maneira que com muita garra e determinação que a SINDROME POS POLIO possui mesmo que temporariamente um codigo CID-10 -G 96.8 .
Devemos nos unir cada vez mais para ajudar a todos aqueles que o GOVERNO BRASILEIRO faz questao de abandonar.

1


MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL




PROCURADORIA REGIONAL DOS DIREITOS DO CIDADÃO EM SÃO PAULO




RECOMENDAÇÃO MPF/SP N.º 26 , de Agosto de 2007

O Ministério Público Federal, por sua representante infra-assinada, no exercício de suas funções institucionais e legais, em especial as previstas no caput do artigo 127 e nos incisos III e VI do artigo 129 da Constituição da República Federativa do Brasil, bem como nas alíneas “c” e “d” do inciso VII e no inciso XX do artigo 6 º da Lei Complementar n º 75/93, vem expor e recomendar o que se segue:
CONSIDERANDO o teor da Representação MPF/SP n° 1.34.001.000633/2006-78, instaurada a partir de notícia da Associação Brasileira de
Síndrome Pós-Poliomielite, relatando as dificuldades enfrentadas pelos portadores
de Síndrome Pós-Poliomielite (SPP) nas questões de Saúde e de Previdência Social;
CONSIDERANDO que essa Síndrome é uma desordem do sistema
nervoso, que se manifesta em indivíduos que tiveram poliomielite, decorrido o
período em média de 15 anos ou mais, e provoca a diminuição da capacidade
funcional e/ou no surgimento de novas incapacidades, inclusive com a possibilidade de desenvolvimento de dificuldade de deglutição e de respiração;
CONSIDERANDO que esses novos sintomas foram inicialmente interpretados como de natureza psicológica – sendo a síndrome, portanto, facilmente confundível com estresse e depressão quando há desinformação por parte dos médicos , e somente após duas décadas de procura crescente de sobreviventes da pólio aos serviços de saúde, a SPP só foi reconhecida como síndrome e nova entidade nosológica em 1986;
CONSIDERANDO a omissão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10a Revisão) em relação à SPP, bem como o amplo lapso temporal até sua revisão, prevista para 2011-2015, acarretando grande dificuldade de identificação e registro dessa doença em sistema de informações;
CONSIDERANDO que, no curso do referido Procedimento Administrativo, o Instituto Nacional de Seguridade Social admitiu a necessidade de uniformização da conduta médico-pericial em relação à SPP e expediu a Orientação Interna n.o 143 INSS/DIRBEN de 19 de Junho de 2006, esclarecendo que a enfermidade é “entidade mórbida diversa de seqüelas pós-poliomielite” e determinando o seu registro no sistema com o código CID-10 – G 96.8, correspondente à doença neuromuscular;
CONSIDERANDO que a síndrome ainda é desconhecida no Brasil e que são escassos os trabalhos sobre o tema, bem como a facilidade de seus sintomas serem confundidos com as de outras patologias quando existe desconhecimento dos profissionais de saúde em relação à mesma;
CONSIDERANDO que essa desinformação nos quadros do INSS tem ocasionando graves prejuízos aos portadores da SPP, visto que o laudo pericial dificilmente retrata a situação real do paciente e impossibilita a concessão de aposentadoria por incapacidade, provocando risco a vidas dos segurados; além de ser incompatível com a crescente demanda desses indivíduos pela concessão de benefícios – a pólio possuiu relevantes índices de incidência até o início da década de 80, sendo certo se manifestarão novos casos de SPP;
O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL com o escopo de prevenir responsabilidades e visando à salvaguarda dos direitos sociais à saúde e à seguridade social, vem RECOMENDAR ao Diretor de Benefícios do Instituto Nacional de Seguridade Social, que:3


MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


a) Institua, por meio de Portaria publicada no D.O.U., no prazo de 30(trinta) dias, contados do recebimento desta (via fax), Programa deTreinamento/Capacitação de seus médicos peritos para que haja ampla promoção e divulgação da Síndrome Pós-Poliomielite e da Orientação Interna n.º 143 INSS/DIRBEN de 19 de junho de 2006;
b) Elabore, no prazo de 12 (doze) meses, contados a partir do início das atividades supra citadas, relatório final sistematizado, contendo dados estatísticos da utilização da referida Orientação Interna pelos médicos peritos, demonstrando a eficiência dessa ação.
REQUISITA-SE, por fim, seja encaminhada resposta por escrito e fundamentada, no prazo de 10 (dez) dias, a teor do disposto no artigo 8º, inciso II da Lei Complementar 75/93, acerca das providências adotadas para o cumprimento da recomendação ora exarada (Lei n.º 8.625/93, artigo 27, § único, IV).


Encaminhe-se cópia da presente recomendação para presidência do
Instituto Nacional de Seguridade Social e para o Ministério da Previdência para
conhecimento e acompanhamento do cumprimento da Recomendação.


São Paulo, 17 de Agosto de 2007.
Inês Virgínia Prado Soares
Procuradora Regional dos Direitos do Cidadão Substituta


O que é poliomielite?


A poliomielite é uma doença causada por um enterovírus, denominado poliovírus (sorotipos 1, 2 e 3). É mais comum em crianças ("paralisia infantil"), mas também ocorre em adultos (ver também síndrome do pós-polio. A transmissão do poliovírus "selvagem" pode se dar de pessoa a pessoa através de contato fecal-oral, o que acontece onde as condições sanitárias e de higiene são inadequadas.


Uma pessoa que se infecta com o poliovírus pode ou não desenvolver a doença. Quando apresenta a doença, pode desenvolver paralisia flácida (permanente ou transitória) ou, eventualmente, evoluir para o óbito. A doença não tem tratamento específico. O último caso de poliomielite paralítica no continente americano ocorreu no Peru em agosto de 1991. Em 1994, uma Comissão Internacional atestou a eliminação da transmissão do poliovírus selvagem no continente, o primeiro a eliminar a poliomielite. No Brasil, o último caso de poliomielite com o vírus selvagem ocorreu em 1989, e o país recebeu o Certificado de Eliminação da Poliomielite em 12 de dezembro de 1994, mas ainda precisamos estar atentos à síndrome do pós-pólio.



O que é síndrome pós-pólio?

A síndrome pós-pólio (SPP) desenvolve-se entre 30 a 40 anos depois da recuperação funcional da poliomielite, atingindo entre 20% e 40% daqueles que tiveram tal doença. Os sintomas mais comuns são exaustão, dores e fadiga muscular. Os pacientes verificam o declínio súbito da resistência a atividades da vida diária. A fraqueza associada à SPP ocorre, freqüentes vezes, em músculos que foram afetados pelo ataque primitivo de poliomielite. A dor é sentida em músculos e em articulações, manifestando-se como uma irritação que surge na seqüência de uma atividade ligeira, recuperando-se desta sintomatologia após o repouso.Outros sintomas, menos freqüentes, associados à SPP, incluem novas atrofias musculares, insuficiência respiratória, disartria (distúrbios na fala), disfagia (dificuldades na deglutição), cãibras, intolerância ao frio, contrações musculares e deformidades nas articulações.

As Deficiências



"Nós não devemos deixar que as incapacidades das pessoas nos impossibilitem de reconhecer as suas habilidades." - Hallahan e Kauffman, 1994


"Às pessoas portadoras de deficiências, assiste o direito, inerente a todo a qualquer ser humano, de ser respeitado, sejam quais forem seus antecedentes, natureza e severidade de sua deficiência. Elas têm os mesmos direitos que os outros indivíduos da mesma idade, fato que implica desfrutar de vida decente, tão normal quanto possível".


Artigo 3 da Declaração dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência


O decreto 3.298, de 20 de dezembro de 1999, Portaria Nº298, de 9 de agosto de 2001, estabelece que "deficiência permanente é aquela que ocorreu e se estabilizou durante um período de tempo suficiente a não permitir recuperação ou ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos."


Esse Decreto também define as seguintes categorias:


•Deficiência Física: "Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física"


•Deficiência Auditiva: "Perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando em graus e níveis"




•Deficiência Visual: "Acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho, após a melhor correção, campo visual inferior a 20, ou ocorrência simultânea de ambas as situações";


•Deficiência Mental: "Funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitante com limitações associadas a duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da sociedade";


•Deficiência Múltipla: É a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias (mental/visual/auditiva/física), com comprometimentos que acarretam conseqüências no seu desenvolvimento global e na sua capacidade adaptativa.

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE



COORDENADORIA DE CONTROLE DE DOENÇAS


Centro de Vigilância Epidemiológica


"Prof. Alexandre Vranjac"


Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar


Tel. 0xx 11 3081-9804; Fax 3066-8258






Documento Técnico


Poliomielite e Síndrome Pós-Poliomielite
São Paulo, Junho de 2006



1. A POLIOMIELITE





A poliomielite é uma doença infectocontagiosa viral aguda descrita desde a Antiguidade, porém reconhecida como problema de saúde pública, somente no final do século XIX, quando epidemias começaram a ser registradas em vários países do mundo. Sua etiologia infecciosa foi descoberta somente em 1908.
É causada por três tipos de poliovírus (I, II e II) e manifesta-se em grande parte, por infecções inaparentes ou quadro febril inespecífico, em 90 a 95% dos casos. Nos quadros mais severos, a poliomielite pode manifestar-se com meningite asséptica, formas paralíticas e causar óbito.
As formas paralíticas representam cerca de 1 a 1,6% dos casos e possuem características típicas: paralisia flácida de início súbito, em geral nos membros inferiores, de forma assimétrica; diminuição ou abolição de reflexos profundos na área paralisada; sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido e persistência de alguma paralisia residual após 60 dias do início da doença. A transmissão pode ocorrer de pessoa-a-pessoa, através de secreções nasofaríngeas, ou de objetos, alimentos e água, contaminados com fezes de doentes ou portadores. O período de incubação varia de 2 a 30 dias (em geral, 7 dias). Demonstra-se a presença do poliovírus nas secreções faríngeas e nas fezes, respectivamente 36 e 72 horas após a infecção, tanto nos casos clínicos quanto nas formas assintomáticas. O vírus persiste na garganta cerca de uma semana e, nas fezes, por 3 a 6 semanas.
A suscetibilidade é geral, sendo que a infecção natural ou a vacinação conferem imunidade duradoura ao tipo específico de poliovírus.






1.2. MEDIDAS DE PREVENÇÃO



A “paralisia infantil”, assim conhecida popularmente, foi uma doença de alta incidência no mundo, deixando centenas de deficientes físicos. Contudo, o controle dessa doença representa uma das experiências mais bem sucedidas em saúde pública no mundo, devido ao desenvolvimento das vacinas de vírus inativados de Salk (disponível a partir de 1955) e de vírus atenuado de Sabin (disponível a partir de 1960).
Desde sua disponibilização no mercado, a vacina Salk, no Brasil, passou a ser utilizada apenas em consultórios e vacinações de pequena escala, especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro, por apresentar algumas desvantagens: necessidade de vários reforços para manutenção dos títulos de anticorpos, não induzir a imunidade local (intestinal), custos elevados, dificuldades operacionais para aplicação em grandes contingentes populacionais (via intramuscular), além de falhas técnicas na sua inativação que poderiam causar surtos.
A vacina Sabin, adotada em política global de saúde pública proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é a que tem sido empregada na maior parte do mundo, por sua eficácia e imunidade duradoura, e por seu baixo custo e facilidade em seu manejo em aplicações em massa (via oral). É considerada das mais seguras e menos reatogênica, contudo, por ser feita com vírus vivos atenuados, pode por mutação genética, causar casos em seus receptores ou contatos. Observa-se, porém, um risco mínimo de um caso para cada 2.600.000 doses distribuídas (1/500 mil na primeira dose e 1/13 milhões nas doses subseqüentes). Estudos mostram que quanto mais se aumenta a cobertura da vacina Sabin, além do controle do poliovírus selvagem, diminui-se o risco de casos associados à vacina.






1.3. HISTÓRIA DA POLIOMIELITE NO BRASIL E ESTADO DE SÃO PAULO



Os primeiros relatos de casos esporádicos de poliomielite no Brasil foram feitos no início de 1911, em São Paulo, pelo Dr. Luiz Hoppe, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e no Rio de Janeiro, pelo Dr. Oswaldo Oliveira, do Hospital Misericórdia. A primeira descrição de um surto de poliomielite no país foi feita também, em 1911, pelo Dr. Fernandes Figueira, no Rio de Janeiro, e um segundo registro de surto no país, em 1917, pelo Dr. Francisco de Salles Gomes, em Americana, SP.
Devido a esta epidemia, já em 1917, a doença passou a constar da lista oficial de Doenças de Notificação Compulsória no Estado de São Paulo.
Em 1962, iniciou-se no Estado de São Paulo a aplicação da vacina Sabin. Em 1964 foi implantado o Programa de Vacinação de rotina no Estado de São Paulo. Em 1968 iniciam-se as primeiras atividades de Vigilância Epidemiológica da Poliomielite em nível nacional, através da Fundação de Serviços Especiais de Saúde Pública, tornando a doença, de notificação obrigatória e semanal em todo o território nacional.
Em 1968, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo implanta a Caderneta de Vacinação no ESP e a matrícula na escola fica condicionada à sua apresentação.
Em 1970, o Dec.nº. 52.503, de 28.07.70, estabelece as Normas Técnicas referentes à Preservação de Saúde regulamentando um novo elenco de doenças de notificação compulsória, profilaxias e vacinações e adotando o Manual de Profilaxia das Doenças Transmissíveis, editado pela Associação Americana de Saúde Pública (adotado pela OMS); assim, a Poliomielite passa a ser de notificação imediata à autoridade local.
Em 1971, o ESP divulga a Norma Técnica SS 7/71, de 12.02.71 (CSC), definindo e padronizando os impressos e fluxos para a investigação epidemiológica das doenças de notificação compulsória em todos os níveis do sistema de saúde, seguindo o Regulamento Sanitário Internacional e o Dec.52.503/70/ESP.
Ainda em 1971, é instituído o Plano Nacional de Controle da Poliomielite (PNCP) - Estratégia de Vacinação em massa em 1 só dia (3 m a 4 anos de idade).
Em 1974, é expedida no ESP a Norma Técnica SS 7/74, de 23.02.74 (CSC) que estabelece um novo conjunto de formulários e fluxos para a investigação epidemiológica das doenças de notificação compulsória em todos os níveis do sistema.
Em nível nacional, em 1974, o PNCP é incorporado ao PNI (Programa Nacional de Imunização), estabelecendo a vacinação de rotina com a vacina Sabin em nível nacional, incluída no calendário infantil de vacinação.
Em 1975 é promulgada a Lei Nº. 6.229, de 17.07.75 que dispõe sobre o Sistema Nacional de Saúde e a Lei 6.259, de 31.10.75, que cria o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, estabelecendo normas técnicas, e em relação ao controle da poliomielite, definindo a rede de laboratórios de Saúde Pública com responsabilidade de diagnóstico da infecção pelo poliovírus no sangue e fezes dos casos notificados.
Em 1977, no ESP, o Dec. 9.959, de 06.07.77/ESP cria o CIS (Centro de Informações de Saúde) com a função de coordenar o Sistema de Vigilância Epidemiológica no ESP, e a Vigilância Epidemiológica da Poliomielite, elaborando-se o Manual de Vigilância Epidemiológica (editado em 1978).
De 1975 a 1979 são estudadas e avaliadas as características da poliomielite com os dados gerados no período, observando-se a necessidade de ampliação das coberturas vacinais. Adotou-se, assim, como medida para controle da poliomielite, a Vacinação em Massa através de campanhas, em 1980, para todo o território nacional, utilizando-se a vacina Sabin.
As campanhas em massa contra a poliomielite passaram a ser feitas em duas etapas anuais, de um só dia cada uma, na faixa etária de 0-5 anos, em todo território nacional.
A diminuição dos casos foi assim observada: no Brasil, de 1290 casos em 1980 para 122 em 1981; no Estado de São Paulo, de 101 casos em 1980 para 7 em 1981.
Em 1984, observam-se ainda, especialmente nos estados do Nordeste, baixas coberturas da vacina oral, com casos também associados à baixa eficácia para o poliovírus tipo III da vacina oral produzida na época.
Após epidemias ainda importantes no Nordeste, em 1985, o governo brasileiro assumiu juntamente com outros países das Américas, através da OMS/OPS (Organização Panamericana de Saúde), o compromisso de erradicar a transmissão autóctone do poliovírus selvagem até 1990.
Em 1986 foi criado o Grupo de Trabalho para Erradicação da Poliomielite (GT- POLIO), iniciando suas tarefas no ano em que epidemia de poliomielite atingia novo pico. No Brasil foram registrados 612 casos confirmados, entre eles, 469 originários da Região Nordeste, e 7 casos no ESP.
Ainda em 1986, o ESP implanta a busca ativa retrospectiva através do formulário “CH 106”, em 105 hospitais, totalizando 300.000 revisões de internações, sendo encontrados 5 casos adicionais de Poliomielite, 35 de Polirradiculoneurite, e 40 de seqüelas de Poliomielite.
Finalmente, em 1989 são registrados os últimos casos de isolamento de poliovírus selvagem no Estado de São Paulo e no Brasil, após um período de realização de grandes campanhas vacinais e vigilância epidemiológica. Em 1991, no Peru é registrado o último caso das Américas.
Em 1994, o país recebeu da OMS/OPS o “Certificado de Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem nas Américas”. A partir de então, o Brasil reafirma seu compromisso em manter altas coberturas vacinais e uma vigilância epidemiológica ativa de todo quadro de paralisia flácida aguda (PFA), possibilitando, assim, a identificação imediata e precoce da reintrodução do poliovírus, e a adoção de medidas de controle para impedir sua disseminação.






1.4. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA POLIOMIELITE NO ESTADO DE SÃO PAULO






A poliomielite está erradicada no ESP e Brasil.




FONTE: DIVISÃO DE DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR - CVE/SES-SP

 Número de casos de poliomielite no Estado de São Paulo, 1960-2005

A incidência da poliomielite no ESP declinou de 13,05 casos/100 mil hab., em 1960, para 0,03/100 mil hab., em 1981, resultado obtido após a primeira campanha em âmbito nacional que proporcionou o aumento das coberturas em outros estados vizinhos. Esses estados vizinhos com baixas coberturas vacinais em sua rotina, contribuíam com casos para o ESP, através de correntes migratórias. Em 1989, o coeficiente de incidência declina para 0,006/100 mil hab., não sendo registrado mais nenhum caso no ESP e em todo o Brasil desde essa época.
Dados sistematizados de cobertura vacinal em menores de 1 ano (3a. dose completada) estão disponíveis somente a partir de 1974, observando-se um importante aumento da cobertura, de 57,42%, em 1974, para níveis acima de 95%, desde 1978, nível mínimo exigido pela OMS para erradicação da poliomielite (Figura 2).
Nos anos em que a cobertura está acima de 100% foram computadas doses de campanha, além de problemas com estimativas populacionais, sistemática de registro que foi aprimorada a partir da década de 90.
Poliomielite: Cobertura vacinal * (3as. doses) em menores de 1 ano, ESP, 1974-2005*

A partir de estudos anteriores, com recuperação de registros antigos de doses de vacina Sabin aplicadas, correlacionando as doses aos coeficientes de incidência, observamos a tendência de declínio da doença para o município de São Paulo, de 1960 a 1981 (Figura 3). Cabe destacar que em 1960, o município de São Paulo concentrou quase 50% dos casos de poliomielite ocorridos em todo o Estado.


Observa-se, assim, que no Estado de São Paulo a aplicação de vacina Sabin introduzida a partir de 1960, e à medida em se aumenta a aplicação de doses, através da rotina e de campanhas, diminuem os coeficientes de incidência, erradicando-se a doença, quando se aumenta a cobertura no Brasil, especialmente por meio das campanhas em todo o território nacional.




 Poliomielite – Coeficiente de Morbidade e Número de Doses* Aplicadas de Vacina Sabin Para o Município de São Paulo, 1960 - 1981




1.5. A POLIOMIELITE NO MUNDO

Apesar de erradicada na maior parte dos países, o poliovírus continua circulando na Ásia e África, o que impõe a manutenção de uma vigilância ativa para impedir sua reintrodução nas áreas erradicadas.


Em 2003 e 2004, devido à epidemia africana além de se espalhar em países com casos devido à baixa cobertura vacinal, o vírus reinfectou outros países que estavam sem casos de pólio desde 1995. Até o momento, 16 países apresentaram casos derivados da importação do vírus, destes, seis tiveram a transmissão restabelecida: Sudão, Mali, Burkina Faso, Chad, República Africana Central e Costa do Marfim.


Em 2004, 1265 casos de poliomielite foram confirmados no mundo, em comparação com os 784 de 2003, quando o número de países endêmicos eram seis (Nigéria, Niger, Egito, Paquistão, Afeganistão e Índia), com os 125 países em 1988 e um número de casos de 350.000.

Atualmente, o mundo registra 1163 casos confirmados, o que representa um importante risco de disseminação do poliovírus frente à vulnerabilidade promovida pela intensa mobilização das populações.





2. A SÍNDROME PÓS-POLIOMIELITE



A Síndrome Pós-Pólio (SPP) é uma desordem do sistema nervoso, que se manifesta em indivíduos que tiveram poliomielite, após, em média, 15 anos ou mais, com um novo quadro sintomatológico: fraqueza muscular e progressiva, fadiga, dores musculares e nas articulações, resultando numa diminuição da capacidade funcional e/ou no surgimento de novas incapacidades. Alguns pacientes desenvolvem, ainda, dificuldade de deglutição e respiração.


Compõem o grupo das neuropatias motoras, além da poliomielite aguda, a atrofia muscular espinhal progressiva (AMEP) e a doença do neurônio motor (DNM). A SPP encontra-se incluída na categoria de DNM, considerando-se que seu quadro clínico e alterações histológicas estão associados à disfunção dos neurônios motores inferiores.


A incidência e prevalência da SPP são desconhecidas no mundo e no Brasil. Estima-se a existência de 12 milhões de pessoas em todo o mundo (OMS) com algum grau de limitação física causada pela poliomielite.


Dados preliminares dos Estados Unidos apontam para a existência de cerca de 1 milhão de sobreviventes naquele país, dos quais cerca de 433.000 sofreram paralisias que resultaram em diferentes graus de limitações motoras.


No Brasil a SPP é ainda desconhecida, bem como são escassos os trabalhos sobre casos. No Estado de São Paulo, o Centro de Vigilância Epidemiológica, tomou a iniciativa de pesquisar a existência da doença, a partir dos anos de 2001 e 2002, realizando seminários sobre a vigilância epidemiológica da poliomielite, das paralisias flácidas agudas e da SPP, divulgando essa nova doença entre médicos e equipes de vigilância. Além disso, estabeleceu algumas parcerias para o dimensionamento do problema no ESP, como contribuição à necessidade de organização da assistência médica para acompanhamento dos casos na rede pública de serviços de saúde.


Há várias hipóteses para a causa da SPP, porém a mais aceita é a de que a SPP não é causada por uma nova atividade do poliovírus, mas sim pelo uso excessivo dos neurônios motores ao longo dos anos. O vírus pode danificar até 95% dos neurônios motores do corno anterior da medula, matando pelo menos 50% deles. Com a morte destes neurônios os músculos de sua área de atuação ficam sem inervação, provocando paralisia e atrofia. Embora danificados, os neurônios remanescentes compensam o dano enviando ramificações para ativar esses músculos órfãos. Com isso a função neuromuscular é recuperada, parcial ou totalmente, dependendo do número de neurônios envolvidos na “adoção”. Um único neurônio pode lançar derivações para conectar 5 a 10 vezes mais neurônios do que fazia originalmente. Assim, um neurônio inerva um número muito maior de fibras neuromusculares do que ele normalmente faria, restabelecendo a função motora; porém, sobrecarregado, após muitos anos de estabilidade funcional, começa a se degenerar surgindo o novo quadro sintomatológico.


O diagnóstico clínico da SPP é feito por exclusão. Requer diferenciação com outras doenças neurológicas, ortopédicas ou psiquiátricas que podem apresentar quadro semelhante; entretanto, existem critérios que fundamentam o diagnóstico: 1) confirmação de poliomielite paralítica com evidência de perda de neurônio motor, através de história de doença paralítica aguda, sinais residuais de atrofia e fraqueza muscular ao exame neurológico e sinais de desenervação na eletroneuromiografia; 2) período de recuperação funcional, parcial ou completa, seguido por um intervalo (15 anos ou mais, em média 40 anos) de função neurológica estável; 3) início de novas complicações neurológicas: uma nova e persistente atrofia e fraqueza muscular; 4) Os sintomas persistem por mais de um ano; 5) exclusão de outras condições que poderiam causar os novos sinais e sintomas.


2.1. PREVENÇÃO E ASPECTOS TERAPÊUTICOS NA SPP

Primeiramente, a prevenção da SPP deve ser iniciada na fase da poliomielite aguda, quando, deve-se evitar atividade física intensa. A recuperação se embasa em fisioterapia, com exercícios de resistência a atividade aeróbica, que podem permitir uma reinervação compensatória. Deformidades devem ser tratadas para se evitar desequilíbrio funcional.


Na presença da SPP recomenda-se o tratamento da fraqueza muscular com exercícios de aeróbica e resistência, de pouca carga, evitar o supertreinamento e a fadiga, fazer hidroterapia em piscinas aquecidas e temperatura controlada. Para a dor são preconizados exercícios localizados, gelo e compressas quentes, órteses específicas, anti-inflamatórios não hormonais e acupuntura. Em casos de fibromialgia e/ou depressão e ansiedade são administrados medicamentos orais antidepressivos como amitriptilia, clomipramina, fluoxetina, sertralina. Na presença de anormalidade das articulações e tecido mole deve haver modificação no uso da extremidade e órteses. Nas anormalidades do sono, utilizam-se equipamentos apropriados para evitar a apnéia do sono e/ou outros procedimentos. Na disfagia, orientação fonoaudilógica, nutricional e consistência de alimentos. Na presença de síndrome do túnel do carpo, descompressão do nervo mediano e procedimentos adequados para os portadores de hérnia de disco. O paciente necessitará de orientação ortopédica permanente.


Feito o diagnóstico de SPP o paciente deverá freqüentar programas de reabilitação que envolvem, além da assistência a problemas físicos, acompanhamento psicoterápico/psicossocial.


2.2. A HISTÓRIA DA SPP

Há várias descrições de casos desde 1875 e especialmente de casos relacionados a epidemias que ocorreram na primeira metade do século XX em várias partes do mundo. Foi, contudo, na década de 70 e início dos anos 80 que se observou uma procura crescente de sobreviventes da poliomielite aos serviços de saúde, relatando esses novos sintomas os quais foram primeiramente interpretados como de natureza psicológica. A SPP só foi reconhecida como síndrome e nova entidade nosológica em 1986. Entretanto, ela não foi ainda incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID 10ª Revisão), e por isso, não possui o devido código para identificação e registro do diagnóstico nos sistemas de informação.


Nos Estados Unidos e países da Europa, os laudos médicos representam, nos casos de SPP, a base para aposentadoria desses pacientes. A falta de um CID dificulta o registro de informações mais precisas de importância para o acompanhamento dos portadores da SPP, e principalmente para a avaliação de ações programáticas desenvolvidas.


2.3. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA SPP NO ESTADO DE SÃO PAULO

Os dados disponíveis sobre a SPP no Estado de São Paulo são resultados de uma pesquisa desenvolvida pelo Dr. Abrahão A. J. Quadros, sob orientação do Prof. Dr. Acary S. B. Oliveira, da UNIFES/EPM, com apoio e acompanhamento da Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar, deste Centro de Vigilância Epidemiológica.


Ao mesmo tempo em que se desenvolveu o processo de coleta e análise de dados, os casos diagnosticados como SPP passaram a usufruir das ações de saúde identificadas como necessárias, na rede de reabilitação do SUS, em unidades gerenciadas por municípios, em especialmente, no município de São Paulo, que esperadamente concentraria mais casos da síndrome.

Na primeira etapa do estudo foram avaliados 167 pacientes com diagnóstico de poliomielite paralítica prévia. Destes, 64 do sexo masculino e 103 do sexo feminino, com idades na faixa de 14 a 72 anos.


Com base em critérios clínicos de diagnóstico estabelecidos pela maioria dos pesquisadores do assunto, foi identificado que 129 deles (77,2%) apresentavam a SPP; os demais 38 pacientes (22,8%) foram caracterizados como portadores de seqüela tardia de poliomielite.


Segundo o estudo, após a poliomielite, os pacientes que se recuperaram funcionalmente, mantiveram-se estáveis por um período médio de 38 anos.


As principais manifestações clínicas foram: Nova fraqueza – 100%; Cansaço – 92,2%; Ansiedade – 82,9%; Dor articular – 79,8%; Fadiga – 77,5%; Dor muscular – 76,0%; Distúrbio do sono – 72,1%; Intolerância ao frio – 69,8%; Cãibra – 66,7%; Desvio da coluna – 55,3%; Aumento de peso - 58,1%; Fasciculação – 52,7%; Nova atrofia – 48,8%; Cefaléia – 48,1%; Depressão – 48,1%; Problemas respiratórios – 41,1% e Disfagia – 20,9%.


Observou-se que a poliomielite aguda, nesses pacientes, ocorreu predominantemente quando estavam na faixa de idade 0 a 2 anos (83,2%). Apenas três casos de poliomielite ocorreram em faixa etária > 12 anos, 2 da Bahia (não vacinados) e 1 do município de São Paulo (não vacinado).


Dos 167 casos estudados, 56 (33,5%) residiam em São Paulo, quando adquiriram a poliomielite, 49 (29,3%) em outras cidades do ESP, 60 (35,9%) em outros Estados do Brasil, e 2 (1,2%) em outros países.


A história de antecedentes vacinais foi obtida de relatos dos pacientes e não de documento/carteira de vacinação. 143 (85,6%) dos pacientes com diagnóstico de poliomielite informaram não ter feito vacinação prévia.


Dos 129 pacientes com SPP, 89 (69,0%) residiam no município de São Paulo, 30 (23,3%) em outras cidades do Estado, 9 (7,0%) em outros Estados e 1 (0,8%) na Inglaterra.


Estão participando atualmente do estudo na UNIFESP 364 pacientes com SPP, 80% procedentes do ESP.



3. ATENDIMENTO DA SPP NO ESTADO DE SÃO PAULO

Entre os casos recrutados, a grande maioria reside no município de São Paulo. Na cidade de São Paulo, destacam-se, no atendimento às pessoas que tiveram poliomielite, o ambulatório de doenças neuromusculares da UNIFESP que vem fornecendo atendimento a todos os casos estudados; a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), que ao acompanhar os casos atingidos pela poliomielite, contribuiu também para a identificação, entre os portadores de seqüelas, da existência da SPP; o Instituto do Sono que disponibiliza exames e procedimentos nas anormalidades do sono, e as Coordenadorias de Serviços de Saúde e de Regiões de Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, autorizando e custeando os exames para diagnóstico das doenças neurológicas, próteses e órteses a todos os deficientes físicos atendidos no SUS, através da rede credenciada de reabilitação física.


O atendimento aos deficientes físicos é feito em toda a rede credenciada ao SUS no Estado de São Paulo, sob a responsabilidade dos municípios. O pagamento de exames, equipamentos, procedimentos é custeado pela Secretaria de Estado da Saúde, seguindo os procedimentos estabelecidos para o SUS como um todo.


4. AÇÕES DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA PARA PREVENÇÃO DA POLIOMIELITE




I. Vigilância Sentinela das Paralisias Flácidas para Detecção Precoce de Poliomielite


1) Objetivos:

 Identificação oportuna de casos de poliomielite por meio da investigação de casos de paralisias flácidas agudas para impedir a reintrodução do poliovírus.


 Monitorar permanentemente a doença, a cobertura vacinal e o impacto da vacina.


1) Componentes do sistema:

Notificação imediata de todos os casos de paralisias ou paresias flácidas agudas em menores de 15 anos, ou e em pessoas de qualquer idade que apresentem a hipótese diagnóstica de poliomielite.

Busca Ativa de casos.


 Investigação imediata dos casos (início nas primeiras 48 h).

 Coleta precoce de uma amostra de fezes, preferencialmente nos primeiros 14 dias do início do déficit motor e nunca ultrapassando os 60 dias a partir do início da paralisia ou paresia). Em caso de óbito, coletam-se fragmentos de cérebro, medula e intestino.
v Notificação negativa semanal pelos serviços de saúde que atendem casos de paralisias e paresias agudas e flácidas.
v Monitoramento do poliovírus em águas residuais em portos, aeroportos e hospitais sentinelas (CETESB).
v Vacinação de todos os viajantes vindos de áreas com circulação de poliovírus selvagem.
v Vacinação seletiva em viajantes (com esquema vacinal incompleto) para países com circulação do vírus selvagem.
v Avaliação e classificação dos casos.
3) Indicadores de desempenho do sistema
v Taxa de Notificação: META: 1 caso/ 100.000 menores de 15 anos.
v Investigação de casos em 48 h: META: 80% dos casos investigados nas primeiras 48 h.
v Coleta Adequada de fezes (primeiros 14 dias): META : 80% dos casos com fezes coletados nos primeiros 14 dias.
v Notificação Negativa Semanal: Meta: 80% das fontes notificando semanalmente.
Os percentuais de casos de PFA por tipo de diagnóstico realizado encontram-se na Figura 4. As metas de notificação alcançadas podem ser observadas na Figura 5, para o período de 2000 a 2005.
Figura 4 – PFA: Percentuais de casos por diagnóstico sob vigilância em menores de 15 anos, notificados ao CVE, ESP, 2004 e 2005


Figura 5 – PFA: Taxa de notificação das Paralisias Flácidas - ESP, 2000 – 2005




II. Proposta de ações de acompanhamento da SPP

O atendimento da SPP está no âmbito da rede de assistência médica. No âmbito do CVE, propõe-se:
1) Objetivos:
v Contribuir para melhorar o diagnóstico médico da SPP divulgando a síndrome
v Monitorar os casos atendidos pela rede do SUS como contribuição para o planeja mento e melhoria do atendimento à SPP.

2) Componentes do sistema em desenvolvimento:

v Registro dos casos atendidos pelos serviços de saúde (formulário específico) e envio mensal, através das vigilâncias municipais e regionais, à DDTHA/CVE, e envio destes às Coordenadorias da SES/SP, responsáveis pela coordenação em nível estadual das ações prestadas aos deficientes físicos no Estado de São Paulo.

v Participação em reuniões/Grupos/Comissão de Monitoramento da SPP (CMSPP) com representantes da UNIFESP/EPM, das Coordenadorias SES, dos principais serviços municipais que concentram o atendimento aos casos e da Associação Brasileira de Síndrome Pós-Polio (ABRASSP).


v Desenvolvimento de uma página dentro do site do CVE material científico e educacional como subsídio ao desenvolvimento das ações à SPP.

3) Atividades planejadas no âmbito do CVE, para o ano de 2006 na SPP:

v Seminário com Regionais, Municípios, principais serviços neurológicos e outras entidades envolvidas com a questão, para avaliação da vigilância sentinela de PFA/erradicação de pólio, bem como, divulgação da síndrome e melhoria do diagnóstico.
v Acompanhamento do processo internacional de inclusão da SPP no CID 10ª Revisão, a cargo do Centro de Classificação Internacional de Doenças, sediado na Faculdade de Saúde Pública – USP (processo que levará cerca de 2 anos).

v Elaboração de material técnico.





5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A SPP, ao contrário da Poliomielite, não é uma doença de notificação compulsória no mundo, e por isso, ela não faz do sistema de vigilância epidemiológica.
Cabe primeiramente destacar (resumidamente) a definição e funções da vigilância epidemiológica (VE):
• “é o conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável para conhecer a qualquer momento, o comportamento ou história natural das doenças, bem como, detectar ou prever alterações de seus fatores condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente, sobre bases firmes as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao controle de determinadas doenças” (Lei Orgânica da Saúde - Lei Nº. 8080/90).
Nesta definição incluem-se doenças cujos fatores de risco à saúde pública constituam ameaças de disseminação, afetando adversamente as populações humanas (por ex., no caso das infecciosas) ou simples aumento dos casos (nas doenças crônicas, por ex., fatores, como dieta inadequada, propiciando o aumento de casos de doença coronariana, diabetes, etc.).

Para que uma doença seja de notificação obrigatória, transmissível ou provocada por agentes químicos, substâncias radioativas ou outros, deve ter algumas características como: risco de propagação, emergência em saúde pública ou representar perigo grave e imediato para o indivíduo e outras pessoas. Supõe-se também, que ao ser feita a notificação da doença ou agravo, seja possível, através das investigações epidemiológicas, intervir em suas causas, desencadeando ações que previnam o surgimento de novos casos, eliminando ou minimizando os fatores de risco que provocam a doença.
Esses critérios aplicam-se bem à poliomielite, e sua vigilância permanente, através da busca de casos de PFA, é essencial para impedir a sua reintrodução no Brasil.
No caso da SPP, não há necessidade dessa inclusão no sistema de notificação. A SPP é uma síndrome não transmissível, de aparecimento tardio após o acometimento pela Pólio. A identificação do caso não requer investigação epidemiológica, porque ela não se propagará para outras pessoas, ainda que saibamos, ela representa um grande e sério transtorno para os indivíduos que foram vítimas da pólio.
Por ser de manifestação tardia, não constitui um bom indicador de casos de pólio, que pudesse subsidiar a VE com a finalidade de captar casos subnotificados e tomar medidas imediatas de prevenção. Entretanto, os casos de SPP, devem ser bem atendidos nos serviços de saúde, com acesso a todo tipo de terapêutica e reabilitação, que necessitam. Os dados registrados enviados mensalmente serão de grande auxílio para o conhecimento do impacto da doença no ESP, para a reavaliação de ações, melhoria de programas aos deficientes físicos nos municípios e na reorganização de ações ou políticas de saúde, nos âmbitos das: Coordenadoria de Regiões de Saúde, da Coordenadoria de Serviços de Saúde e da Coordenadoria de Planejamento em Saúde.

Para a VE, o monitoramento de casos permitirá compreender melhor a evolução dos quadros de poliomielite e trazer conhecimento complementar à doença.






6. PRINCIPAIS BIBLIOGRÁFIAS CONSULTADAS


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Benenson, A. S (Editor). Control of Communicable Diseases Manual. 16th ed, Washington D. C.: OPAS; 1995.
Centers for Diseases Control and Prevention/CDC. Use of race and ethnicity in public health surveillance: summary of the CDC/ATSDR work-shop. MMWR 1993;42(no. RR-10).
Centro de Informação de Saúde. Poliomielite 1980. In: Relatórios do sistema de Vigilância Epidemiológica. Secretaria de Estado da Saúde. São Paulo, 1982.
Diament, A; Kok, F. Poliomielite. In: Veronesi, R. & Focaccia R. Tratado de Infectologia. Ed. Atheneu, Vol. 1, São Paulo, 1996, p. 469-475.
Executive Office of the President, Office of Management and Budget. Revisions to the standards for the classification of federal data on race and ethnicity. Federal Register 1997;62:58782-90.
Farhat CK, Carvalho ES, Weckx LY, Succi RCM. Imunizações – fundamentos e prática. 4 ed. São Paulo: Atheneu; 2000.
Fields, B. N.. Virology. Volume 1, 2ª Edição, 1990.
Laurence M. Tierney, Jr., Stephen J. Mc Phee, Maxine A. Papadakis, Current Medical Diagnosis & Treatment, Appleton & Lange, USA, 1996.
Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Programa Nacional de Imunizações. Manual de Normas de Vacinação.3ª. ed. Brasília 2001.

Office of Communications and Public Liaison. NIH Neurological Institute. What is Post-Polio Syndrom? Washington D.C.: National Institutes of Health (NIH); 1996 - NIH Publication No. 96-4030 (Reviewed June 2000).

Quadros A.A.J. Síndrome Pós-poliomielite (SPP): Uma nova doença velha. Tese (Mestrado) - Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina; São Paulo, 2005.

Takahashi, A.A. e col. Programa de Manutenção da Erradicação da Transmissão Autóctone dos Poliovírus Naturais (selvagens). Centro de Vigilância Epidemiológica “Professor Alexandre Vranjac” - Secretaria de Estado da Saúde. São Paulo, 1985.

Vogt RL. Laboratory reporting and disease surveillance. Journal of Public Health Management Practice 1996;2(4):28-30.

Williams DR. Race and health: basic questions, emerging directions. Ann Epidemiol 1997;7:322-33.

Documento elaborado pela DDTHA/CVE com base no parecer SPP, enviado ao Ministério Público de São Paulo, em fevereiro de 2006.












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