Fundação americana beneficia deficiente visual de Volta Redonda com cão guia
Superar barreiras sempre foi o forte do técnico judiciário Marcel Marcondes Guimarães, de 28 anos, que nasceu com glaucoma congênito e ficou totalmente cego aos 21 anos. Aprovado em 2010 no concurso público para técnico judiciário, atualmente Marcel trabalha no 5º Núcleo Regional do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em Volta Redonda.
E como exemplo de sua superação, há menos de duas semanas Marcel chegou dos Estados Unidos trazendo na bagagem o cão Vassar, o primeiro cão guia doado por uma fundação americana para um deficiente visual do estado do Rio de Janeiro. A doação foi feita através da Guiding Eyes, uma fundação americana que tem como objetivo treinar cães para serem guias de cegos e depois doados para diversas partes do mundo, entregando, em média, pouco mais de 140 cães guias por ano.
Possuir um cão guia sempre foi o sonho de Marcel, que, apesar de achar muitas barreiras para conseguir um, nunca desanimou. Após tentar contato por diversas vezes com uma ONG de Brasília - único local que treina cães guias no país para doação -, ele desistiu pelo fato de a organização praticamente ter paralisado o serviço em razão da falta de patrocinadores e verbas políticas.
A conselho de um amigo americano, Marcel conheceu a Guiding Eyes e se inscreveu no site da fundação em fevereiro de 2010, aguardando a chance de ser selecionado, sendo aceito em janeiro deste ano. Marcel embarcou para Nova York em abril, permanecendo 26 dias na cidade americana para receber treinamento com o cão; a viagem, hospedagem, despesas com alimentação e translado foram custeados pela fundação americana. O técnico judiciário é o oitavo deficiente visual do país auxiliado pela ONG.
Segundo Marcel, a Guiding Eyes foi criada em 1955 com o objetivo de atender a soldados que se tornaram cegos em conflitos como a Segunda Guerra Mundial, possuindo atualmente 200 cães sendo socializados e outros 160 em fase de treinamento.
- A minha permanência na fundação durante o treinamento foi bastante rigoroso, e durante o tempo todo eles avaliavam o meu comportamento junto ao cão e dele comigo, além do meu interesse por animais, tudo era avaliado - explicou.
Vantagens
De acordo com Marcel, o cão guia oferece muitas vantagens em relação à bengala, pois ele desvia de obstáculos aéreos como orelhões e placas, encontra escadas, elevadores e portas, direcionando o deficiente visual ao local, além de desviar de carros e pessoas nas ruas. E o mais importante, na opinião de Marcel, é que o cão contribui para incluir o deficiente visual na sociedade, pois muita gente fica curiosa com o animal e se aproxima para obter informações, acabando por socializar com o seu dono.
Por outro lado, a maior dificuldade de se andar com o cão guia pelas ruas é fazer as pessoas respeitarem o animal quando ele está com o arreio (o acessório que o identifica).
- As pessoas quando vêem um cão guia querem tocá-lo, e muitas até gostam de provocá-lo e irritá-lo, o que não pode acontecer quando ele estiver conduzindo algum cego. Também não se deve chamá-lo e ou dar comida quando ele estiver trabalhando com o arreio. Outra dificuldade é os estabelecimentos públicos e privados não estarem esclarecidos a respeito do decreto presidencial de 2005, que estabelece permite o acesso do cão guia em qualquer estabelecimento público e privado - comentou.
Apesar de Vassar ser o primeiro cão doado pela Guiding Eyes no estado do Rio, Marcel lembrou que o primeiro cão guia a chegar na Cidade do Aço foi a cadela July, que pertence a Raoni Campbel, funcionário do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto).
Marcel afirmou que a diferença de um cão guia para um comum é que ele tem amparo legal para entrar em qualquer lugar, é um cão treinado para viver no meio da sociedade e sempre estar ao lado do dono. Ele também é preparado para não reagir a qualquer som urbano como buzinas e barulhos de carros e a não reagir contra outros cães na rua, além de serem muito dóceis. A vida útil de um cão guia é de cerca de 11 anos, e após a aposentadoria (quando existe a possibilidade de mantê-lo com o dono) ou morte do animal a ONG doa outro cão para o deficiente visual. A organização também pode fornecer uma ajuda de custo no valor de US$ 300 por ano para despesas com medicamentos e acessórios. No caso do animal precisar fazer alguma cirurgia ou ser internado por motivo de doença, toda despesa será custeada pela fundação americana.
Marcel declarou que o período de familiarização pode ser encarado como o início de uma longa amizade e parceria.
- Cada cão é escolhido conforme o perfil do dono, e tenho certeza que esta amizade vai me trazer muita alegria e benefício - concluiu o técnico judiciário.
E como exemplo de sua superação, há menos de duas semanas Marcel chegou dos Estados Unidos trazendo na bagagem o cão Vassar, o primeiro cão guia doado por uma fundação americana para um deficiente visual do estado do Rio de Janeiro. A doação foi feita através da Guiding Eyes, uma fundação americana que tem como objetivo treinar cães para serem guias de cegos e depois doados para diversas partes do mundo, entregando, em média, pouco mais de 140 cães guias por ano.
Possuir um cão guia sempre foi o sonho de Marcel, que, apesar de achar muitas barreiras para conseguir um, nunca desanimou. Após tentar contato por diversas vezes com uma ONG de Brasília - único local que treina cães guias no país para doação -, ele desistiu pelo fato de a organização praticamente ter paralisado o serviço em razão da falta de patrocinadores e verbas políticas.
A conselho de um amigo americano, Marcel conheceu a Guiding Eyes e se inscreveu no site da fundação em fevereiro de 2010, aguardando a chance de ser selecionado, sendo aceito em janeiro deste ano. Marcel embarcou para Nova York em abril, permanecendo 26 dias na cidade americana para receber treinamento com o cão; a viagem, hospedagem, despesas com alimentação e translado foram custeados pela fundação americana. O técnico judiciário é o oitavo deficiente visual do país auxiliado pela ONG.
Segundo Marcel, a Guiding Eyes foi criada em 1955 com o objetivo de atender a soldados que se tornaram cegos em conflitos como a Segunda Guerra Mundial, possuindo atualmente 200 cães sendo socializados e outros 160 em fase de treinamento.
- A minha permanência na fundação durante o treinamento foi bastante rigoroso, e durante o tempo todo eles avaliavam o meu comportamento junto ao cão e dele comigo, além do meu interesse por animais, tudo era avaliado - explicou.
Vantagens
De acordo com Marcel, o cão guia oferece muitas vantagens em relação à bengala, pois ele desvia de obstáculos aéreos como orelhões e placas, encontra escadas, elevadores e portas, direcionando o deficiente visual ao local, além de desviar de carros e pessoas nas ruas. E o mais importante, na opinião de Marcel, é que o cão contribui para incluir o deficiente visual na sociedade, pois muita gente fica curiosa com o animal e se aproxima para obter informações, acabando por socializar com o seu dono.
Por outro lado, a maior dificuldade de se andar com o cão guia pelas ruas é fazer as pessoas respeitarem o animal quando ele está com o arreio (o acessório que o identifica).
- As pessoas quando vêem um cão guia querem tocá-lo, e muitas até gostam de provocá-lo e irritá-lo, o que não pode acontecer quando ele estiver conduzindo algum cego. Também não se deve chamá-lo e ou dar comida quando ele estiver trabalhando com o arreio. Outra dificuldade é os estabelecimentos públicos e privados não estarem esclarecidos a respeito do decreto presidencial de 2005, que estabelece permite o acesso do cão guia em qualquer estabelecimento público e privado - comentou.
Apesar de Vassar ser o primeiro cão doado pela Guiding Eyes no estado do Rio, Marcel lembrou que o primeiro cão guia a chegar na Cidade do Aço foi a cadela July, que pertence a Raoni Campbel, funcionário do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto).
Marcel afirmou que a diferença de um cão guia para um comum é que ele tem amparo legal para entrar em qualquer lugar, é um cão treinado para viver no meio da sociedade e sempre estar ao lado do dono. Ele também é preparado para não reagir a qualquer som urbano como buzinas e barulhos de carros e a não reagir contra outros cães na rua, além de serem muito dóceis. A vida útil de um cão guia é de cerca de 11 anos, e após a aposentadoria (quando existe a possibilidade de mantê-lo com o dono) ou morte do animal a ONG doa outro cão para o deficiente visual. A organização também pode fornecer uma ajuda de custo no valor de US$ 300 por ano para despesas com medicamentos e acessórios. No caso do animal precisar fazer alguma cirurgia ou ser internado por motivo de doença, toda despesa será custeada pela fundação americana.
Marcel declarou que o período de familiarização pode ser encarado como o início de uma longa amizade e parceria.
- Cada cão é escolhido conforme o perfil do dono, e tenho certeza que esta amizade vai me trazer muita alegria e benefício - concluiu o técnico judiciário.
Fonte: Diário do Vale - Volta Redonda/RJ
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