Dengue ganha proporção alarmante
O índice de infestação predial de larvas do Aedes Aegipty - mosquito transmissor da dengue, alcançou proporções alarmantes em Campo Mourão. O índice saltou de 1,8% desde o último levantamento, realizado em janeiro, para 3,2% neste mês. O número foi divulgado ontem, pela secretaria de Saúde. Em alguns locais, a exemplo no jardim Santa Nilce, a infestação toma proporções ainda muito maiores (16,67%). A taxa recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é menos de 1%.
Para tentar ‘acordar’ parte da população, que ainda ignora o perigo da dengue, o diretor técnico da secretaria de Saúde, Marcio Alencar avisa que diante das circunstâncias, as medidas serão mais enérgicas. Ou seja, além da aplicação de multas, os casos serão também encaminhados ao Ministério Público.
A situação é preocupante também no jardim Flórida (9,30%); Novo Horizonte e Isabel (9,09%); Copacabana (7,41%); Vila Urupês (7,6%); Diamante Azul (6,67%); Paulista (5,47%); Cohapar (5,62%); região do estádio municipal (4,95%); Santa Cruz (4,49%); Tropical (4,24%); Flora (3,3%); Albuquerque (2,47%); Aeroporto (1,47%); Pio XVII (1,9%); e Aurora (1,06%). As demais localidades estão com índices abaixo do recomendando pela OMS.
Conforme aponta o relatório, 74,6% dos criadouros estão concentrados em quintais das residências, ou seja, o problema parte propriamente de alguns moradores, que parecem simplesmente virar as costas à causa. Em seguida, 15,3% das larvas foram encontradas em vasos de plantas e bebedouros de animais e, 5,1% em piscinas, pneus, calhas entre outros. Para agravar a situação, o calor e as chuvas frequentes dos últimos dias tornam o clima ideal para proliferação do mosquito.
Alencar observa que localidades como o Centro e Lar Paraná, onde havia maior número de casos confirmados e tiveram trabalhos de arrastão direcionados nos últimos meses, o índice de larva agora foi ‘insignificante’, abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Segundo o diretor, o mesmo modelo de trabalho será feito em locais mais críticos. “Os agentes de endemias recolherão dos quintais materiais e recipientes recicláveis que juntam água. Pedimos a população que elimine os criadouros do mosquito. A situação é ‘preocu-pantíssima’”, alerta.
O Lira (Levantamento de Índice Rápido de Infestação) é um instrumento utilizado pela Vigilância Epidemiológica para identificar e direcionar os trabalhos em locais com índices mais críticos de larvas. Alencar frisa que os agentes de endemias estão trabalhando continuamente para evitar que a situação tome proporção ainda mais desastrosa. Ele afirma que provavelmente, no próximo sábado, a secretaria de Saúde organizará um mutirão comunitário, envolvendo atiradores do Tiro de Guerra, secretaria de Obras, agentes de endemias e comunidade em geral contra a dengue. O diretor acrescenta que nos últimos dias, o município recolheu 13 caminhões de entulhos somente de quintas residenciais.
Casos confirmados sobem para 24 em CM
Os casos confirmados de dengue também aumentaram em Campo Mourão. De 19 casos divulgados na segunda-feira, o número aumentou para 24 até ontem. Lar Paraná (10) e Centro (9) são os locais com maior número de casos. As demais pessoas com diagnósticos confirmados estão no: Albuquerque (1); Joana Darc (1); Flora (1); Isabel (1); e Laura (1).
Conforme Alencar, foram feitas desde o início do ano 124 notificações, sendo 54 negativas, 24 positivas enquanto as demais (46) aguardam resultados dos exames. O diretor frisa que no ano passado mais de 900 pessoas foram infectadas em Campo Mourão, e que neste ano a preocupação é maior porque esses pacientes correm o risco de contrair a doença novamente podendo evoluir para um quadro mais grave, como a hemorrágica, por exemplo.
Em todo o Estado já foram confirmados 8.267 casos de dengue. Dos 399 municípios paranaenses, 135 já tiveram registros da doença. Na região de Campo Mourão foram confirmadas 39 pessoas com a doença. Ainda segundo a Secretaria de Saúde do Paraná, o mais recente informe demonstra uma redução de 46,0% no número de casos confirmados autóctones comparando com o mesmo período do ano passado, quando haviam 14.905 registros. Porém, a chegada do novo sorotipo do vírus da dengue (tipo 4), que foi identificado no vizinho estado de São Paulo, coloca em alerta as autoridades sanitárias do Paraná.
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