A História dos Ovos de Páscoa
No domingo em que os cristãos comemoram a Ressurreição de Cristo, milhares de pessoas vão se deliciar e soltar suspiros de prazer com os mais variados ovos de páscoa. Uma sensação tão maravilhosa que faz alguns se sentirem flutuando num paraíso terreno, tal e qual um dos personagens de Garcia Marquez em "Cem anos de Solidão", que levitava a cada vez que bebia chocolate. Esta tradição de se ofertar ovos como presente é bem anterior à religião cristã.
Desde muito tempo atrás, para diferentes povos, o ovo representava a criação e a fecundidade. Comumente eram pintados e oferecidos aos amigos nas ocasiões festivas. A adocão dos ovos como símbolo da Páscoa está ligada ao fato de que o ovo, aparentemente morto, contém uma vida que aparece subitamente.
O surgimento do ovo de chocolate na Páscoa se deu a partir do Séc. XVIII, em substituição aos ovos duros e pintados que eram escondidos nas ruas e nos jardins para serem caçados. Foi uma descoberta fabulosa dos confeiteiros franceses que inventaram esse modo atraente de apresentar o chocolate.
E nós podemos ir mais longe ainda prá conhecer o surgimento dessa iguaria gourmet! Era uma vez uma semente mágica, doce e amarga ao mesmo tempo. Moída e temperada, essa semente perfumava uma bebida da qual um imperador asteca saboreava cinquenta taças por dia.
Naquele tempo eles não sabiam que essa semente provocaria uma quantidade enorme de adoradores ao redor do mundo, extasiados pelo sublime prazer adocicado. Essa maravilha ao paladar dos apreciadores tem sua origem em termos astecas e maias. Foram esses povos que descobriram a semente de cacau, no México, e criaram uma pasta a qual misturada com água se transformava numa bebida fria e espumante: o Tchocolath. Passado algum tempo, incorporaram especiarias como pimenta e gengibre conferindo-lhe um gosto amargo que eles apreciavam bastante.
A Cristovão Colombo foi oferecida essa bebida mas ele nem chegou a provar, tão absorvido que se encontrava com a conquista do novo mundo! Coube a um outro espanhol que participava da sua fragata o direito de experimentar e de anos depois divulgar a semente do cacau na Espanha.
Inicialmente, o chocolate não seduziu o povo espanhol. Dez anos depois de sua introdução naquele país, alguns monges retiraram a pimenta e o gengibre que davam o amertume, substituindo-os por canela, baunilha e depois pelo açucar. O chocolate era, então, tido como afrodisíaco e até mesmo como detentor de poderes curativos. Passaram-se 100 anos até que os europeus de outros países descobrissem e se apaixonassem pela iguaria.
O cacau foi introduzido no Brasil em meados de 1700, atingindo o apogeu um século depois quando cerca de 90% da produção era para a exportação. A expansão do cacau no Brasil tem uma história tumultuada com os ricos e poderosos "Coronéis do Cacau" controlando o comércio e invadindo e fazendo aquisições ilícitas de terras. Essa situação perdurou até as primeiras décadas de 1900. Hoje, o país é o maior produtor da América Latina e um dos maiores do mundo ao lado da Costa do Marfim, de Gana e do Equador.
O uso de chocolate na culinária universalizou receitas de diferentes países. Conhecemos a Mousse de Chocolate e as Trufas francesas, a torta alemã Floresta Negra, a austríaca Torta Sacher, o Fondue au Chocolat suiço, e, evidentemente, o Brigadeiro brasileiro.
Chocolate em inglês, espanhol e português; Chocolat em francês; Cioccolato em italiano;Schokolade em alemão; Chokolade em russo, Socolata em grego; Choklad em sueco. Não importa o idioma todos se compreendem quando se trata desse produto gastronômico.
- a Cruz da Ressurreição: representa o sofrimento e a ressurreição de Jesus Cristo.
- o Cordeiro: simboliza Cristo, que é o filho e cordeiro de Deus, sacrificado em prol de todo o rebanho (humanidade). Embora tido como símbolo da Páscoa cristã, o cordeiro já era muito importante na Páscoa judaica e nos cultos Teutónicos, onde era frequente o sacrifício de animais aos deuses.
- Pão e Vinho: representando o corpo e sangue de Jesus, o pão e o vinho são dados aos seus discípulos, para celebrar a vida eterna.
- o Círio: vela de enorme dimensão que se acende no sábado de Aleluia, que simboliza "Cristo, a luz dos povos". Alfa e Ômega nela gravadas querem dizer: "Deus é o princípio e o fim de tudo".
- Coelhinho da Páscoa: esta tradição nasceu na Alemanha, há muitos séculos, pelo que se dizia às crianças que os coelhos levavam os ovos e os escondiam nas ervas. Na manhã do dia de Páscoa as crianças tinham de procurar os ovos escondidos pelos coelhinhos.
- Ovos da Páscoa: os ovos de Páscoa são um costume típico de muitos países. Quer sejam ovos de galinha pintados, tradicionais sobretudo na Polónia e na Ucrânia, quer ovos de chocolate envoltos em papel decorativo brilhante, recheados de amêndoas e enfeitados com bonitas fitas, segundo os costumes mais ocidentais, o que é certo é que os ovos fazem parte do nosso imaginário pascal.
Além de ter-se tornado o centro da cultura Ucraniana da província canadense de Alberta, a cidade de Vegreville com 5.300 habitantes, tem mais um motivo para justificar a fama: o maior OVO de Páscoa conhecido! Não estamos brincando. Este ovo, de nove metros de altura (!), decorado em tradicional estilo ucraniano, foi construído em 1975 para comemorar o centenário da fundação da Real Polícia Montada do Canadá em Alberta (embora não se possa ver a relação entre o ovo e a polícia). A rainha Elizabeth e o Príncipe Phillip inauguraram a plaqueta junto ao ovo durante a sua visita em 1978. O festival ucraniano é realizado em Vegreville durante a primeira semana de Julho.
Os ovos ucranianos de Páscoa são chamados "Psyankas". A fim de confirmar a declaração de Vegreville de que este é o maior do mundo, existe uma placa que conta o seguinte:
Material: Alumínio permanentementeadonizado em ouro, bronze e prata.
Moldes de estrelas: 524
Peças triangulares: 2.206
Facetas visíveis: 3.512
Porcas e parafusos: 6.978
Suportes internos: 177
Peso: Coberta de 1 tonelada de alumínio
Estrutura interna: 1,5 toneladas
Base: 3 toneladas
Dimensões: 8,5 metros (comprimento), 6 metros (largura), 10,5 metros (Ponto mais elevado desde o chão)
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