Japão prevê resgate de mil corpos perto de Fukushima
Iniciadas buscas em um raio de 10 km da usina; em 2 horas, 10 vítimas do terremoto e do tsunami são encontradas
AFP, Reuters e AP - O Estado de S.Paulo
Equipes de resgate iniciaram ontem uma operação de busca no raio de 10 km da central nuclear de Fukushima, no Japão. As autoridades japonesas estimam que até mil corpos de vítimas do terremoto seguido de tsunami - que devastou o nordeste do país no dia 11 de março - possam ser localizados. Ontem, dez cadáveres foram encontrados, segundo informou a TV japonesa NHK.
Usando máscaras e trajes antirradiação, os mais de 300 policiais e bombeiros encontraram os corpos dentro de carros e debaixo de escombros. As buscas de ontem foram realizadas na zona portuária da cidade de Namie, a cerca de 7 km da usina danificada pela catástrofe natural. Medindo os níveis de contaminação radiativa durante a operação, os agentes reviraram os destroços com as próprias mãos.
Namie era um centro da indústria pesqueira local e lar de muitos pescadores. Mas os barcos foram arrastados para o mar e os escombros passaram a dominar a paisagem na cidade. No Rio Takase, que atravessa o município, muitos carros estão submersos, ainda de acordo com a emissora, que acompanhou as cerca de duas de busca.
Visita ilustre. O imperador japonês, Akihito, esteve ontem na região devastada pela catástrofe de março pela primeira vez. Em Asahi, que registrou 13 mortes e teve 3 mil residências danificadas, Akihito foi a um terreno onde antes da tragédia havia uma casa e visitou dois centros de ajuda para desabrigados.
Depois de uma breve trégua política, a oposição ao premiê japonês, Naoto Kan, passou ontem a exigir sua renúncia, acusando-o de falta de habilidade em lidar com a catástrofe e a posterior crise nuclear. "Chegou a hora de (o premiê) decidir se vai ou fica", disse Sadakazu Tanigaki, líder do Partido Liberal Democrático.
O número oficial de mortos subiu ontem para 13.439 e o de desaparecidos chega a 14.867, segundo a NHK.
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